O técnico Tite anunciou nesta segunda-feira (7) os convocados para defender o Brasil na Copa do Mundo do Catar. Com a medida da Fifa que ampliou para 26 o número de jogadores de cada seleção, o treinador brasileiro apostou em reforçar o ataque. Foram chamados nove atacantes, o que mostra a confiança de Tite em reproduzir no Mundial uma ideia de jogo ofensiva que funcionou com sucesso nas Eliminatórias e nos últimos amistosos.
Dos nove atacantes chamados, três deles são centroavantes (Richarlison, Gabriel Jesus e Pedro, sendo que os dois primeiros também podem jogar pelos lados). Neymar é o homem que costuma atuar centralizado e mais próximo do centroavante, enquanto os outros são jogadores de lado de campo. Raphinha e Antony são opções para a ponta direita, Vini Jr. e Gabriel Martinelli para a ponta esquerda. Rodrygo é o mais versátil deles podendo atuar pelos dois lados e também por dentro, na função que costuma ser de Neymar.
Meia de origem, Lucas Paquetá também é opção para atuar aberto em formação com apenas um dos extremas como titular. Essa ideia de jogo deve ser utilizada diante de adversários mais fortes, principalmente em confrontos a partir das oitavas de final. Tite foi questionado sobre isso após a divulgação da lista de convocados. Sucinto, ele deixou claro que sua escolha dependerá da avaliação do adversário para cada partida.
— Existe o aspecto modelo e a estratégia. Você mantém a mesma ideia e vê do adversário o que ele pode impôr para usar uma ou outra escalação — resumiu.
Na última Data Fifa, Tite testou diante de Gana uma formação mais ofensiva. Na ocasião, ele abriu mão de ter Fred ao lado de Casemiro e escalou a equipe tendo Raphinha e Vinicius Jr. nas pontas. Lucas Paquetá ficou como responsável de ocupar a faixa que costuma ser de Fred na fase defensiva.
Tite manteve diante dos africanos os padrões nos posicionamentos da Seleção. Com o sistema 4-2-3-1 como base, o Brasil se posicionou em duas linhas de quatro na fase defensiva, deixando Neymar e Richarlison à frente delas.
Na parte ofensiva, usando o chamado ataque posicional, o zagueiro Militão (que atuou como lateral direito) se juntou a Marquinhos e Thiago Silva em uma primeira linha com o lateral-esquerdo Alex Telles aparecendo por dentro com Casemiro. À frente deles, os cinco jogadores ofensivos. Em números, a formação estava em um 3-2-5 na fase ofensiva.
Brasil na fase ofensiva contra Gana
Brasil na fase defensiva contra Gana
A utilização de Militão como lateral foi uma forma de Tite de testar uma opção para o setor em momento no qual ainda havia dúvida sobre a presença de Daniel Alves no Catar. Nesta segunda-feira, após a convocação, o treinador falou sobre a função que pretende de seus laterais. Com homens de frente ocupando os lados, ele quer que os laterais sejam jogadores de construção por dentro. Essa característica foi decisiva para a convocação de Daniel Alves.
— Na medida que tem ponta, tu não vai ter lateral na ponta. Tu não vai ter lateral ofensivo, vai ter construtor. A qualidade que o Daniel presta nisso é importantíssima. Vamos ter nele um jogador para ser organizador e não de correr 60 ou 70 metros de ida e volta — explicou.
Depois de bater Gana por 3 a 0, o Brasil enfrentou a Tunísia. Em nova goleada, dessa vez por 5 a 1, Tite voltou a montar o time mais próximo do que vinha fazendo nas Eliminatórias. Fred retornou à equipe com Paquetá sendo adiantado. Vini Jr. foi o escolhido para sair. Após o teste com Militão, Tite escalou Danilo na lateral direita.
Brasil contra a Túnisia:
Nessa maneira de atuar, Fred é quem se junta ao quarteto ofensivo para formar os cinco homens de ataque. Ele faz isso por dentro enquanto Lucas Paquetá segue aberto. Os laterais seguem aparecendo como construtores. Contra Tunísia, a mudança na estrutura foi de um 2-3-5 e não o 3-2-5 de Gana.
Tite já explicou que essa variação é feita de acordo com a forma como o adversário posiciona seus atacantes. Se o adversário tem um homem à frente, o Brasil mantém dois defensores atrás. Se o rival tem dois, a Seleção Brasileira mantém três em sua primeira linha.
Brasil na fase ofensiva contra a Tunísia:
Dentro das ideias apresentadas por Tite e com as variações feitas até aqui, as dúvidas na escalação da Seleção Brasileira para o início da Copa do Mundo devem ficar sobre a utilização de Raphinha e Vini Jr. juntos ou uma disputa entre eles. Com os dois juntos, Fred é o maior candidato a sair do time. Alex Sandro, cortado na última data Fifa por lesão, é o titular da lateral esquerda com Alex Telles sendo opção no banco.
As possíveis escalações de Tite com a dúvida sobre posicionamento de Paquetá:
Confira também as alternativas que Tite tem para os titulares com os 26 jogadores convocados:
O Brasil estreia na Copa do Mundo em 24 de novembro, às 16h, diante da Sérvia. No dia 28, às 13h, o Brasil vai encarar a Suíça. A equipe comandada pelo gaúcho Tite encerrará sua participação na fase de grupos em 2 de dezembro, às 16h, contra Camarões.