O atacante Timothy Weah, de 22 anos, autor do primeiro gol dos Estados Unidos contra o País de Gales pela Copa do Mundo, nesta segunda-feira (21), é filho de George Weah, que já foi vencedor da Bola de Ouro e é o atual presidente da Libéria. As informações são de O Globo.
George foi um atacante veloz, característica rara nos anos 1980 e 1990, quando atuou profissionalmente. O atleta vestiu camisas de peso no futebol europeu, como Milan, PSG e Mônaco. O grande marco de sua carreira foi quando ganhou o prêmio de melhor jogador do mundo, em 1995, o único africano na história a conquistar o título individual.
Seu filho, Timothy, realiza um feito que o pai não conseguiu: disputar uma Copa. O jovem foi convocado pela seleção norte-americana durante o mandato de George como presidente da Libéria, que está no cargo administrativo desde 2017. O ex-jogador decidiu entrar na política ao fim de sua carreira e já foi senador.
O país enfrenta guerras civis e uma desigualdade social que assombra sua nação. Os problemas começaram lá no século 19, durante a colonização americana em território africano. Apesar das desavenças locais, George morou nos Estados Unidos e teve Timothy enquanto esteve em Nova York.
Em meio a toda esta história conflituosa, George está no Catar para acompanhar a estreia dos norte-americanos no Mundial, no qual Timothy tinha a chance de começar como titular — o que de fato ocorreu.
A ida do presidente da Libéria ao local da competição motivou a oposição em acusá-lo de ser um chefe de Estado "ausente". Membros da administração do país suspeitam de uma possível corrupção do ídolo futebolístico.
À Fox Sports, Timothy falou sobre sua carreira e a tomada de decisão em defender a seleção norte-americana.
— Não pensei em nada (quando me convocaram). Claro que minhas raízes sempre serão minhas raízes, mas eu cresci nos Estados Unidos. Vivo aqui a vida toda. Meus amigos e família estão aqui. Comecei a jogar na seleção com 12 anos, então nunca precisei escolher um lado. Não foi preciso nem tomar uma decisão — disse.