Hansi Flick chegou sozinho à entrevista coletiva oficial pré-jogo, da Copa do Mundo, na véspera do confronto decisivo contra a Espanha, neste sábado (26). O que causou estranheza nos jornalistas alemães, que eram minoria, inclusive, na sala de conferências número 1 do IBC (International Broadcasting Centre). O protocolo da Fifa ordena que, na entrevista da véspera do jogo, o técnico e um atleta devem comparecer. Os alemães resolveram desobedecer à regra e pagar a multa determinada pela organização.
A alegação de Flick era de que o tempo era escasso para levar o jogador até Al Rayyan, onde fica o IBC, deixá-lo lá por uma hora e fazê-lo voltar a tempo de pegar o treino inteiro em Al-Shamal, no extremo norte do Catar. Ele, inclusive, criticou a organização da Copa por levar todas as coletivas pré-jogo para o IBC. No caso Alemanha, todo o processo consumiria três horas.
Pode até ser que a logística tenha atrapalhado mesmo a ida de um jogador para atender à imprensa às vésperas de uma final antecipada de Copa para os alemães. Uma nova derrota elimina os tetracampeões na primeira fase, repetindo 2018. Porém, a percepção no ambiente entre os alemães e seu técnico é de que há uma tensão no ar. Não está nada normal a atmosfera dos alemães. Flick foi, na entrevista, perguntado sobre críticas que teriam vindo de jogadores deixados de lado. Houve, segundo os repórteres alemães, queixas de alguns deles pelo fato de o técnico ter aberto mão das cinco substituições.
Um repórter, em inglês, questionou-o se alguns jogadores estariam com a cabeça fora do Mundial, pensando em questões particulares:
— Nada a dizer, sem comentários. Desculpe. Obrigado.
A Espanha tem sido algoz dos alemães. Ganhou na final da Euro 2008, a semifinal da Copa de 2010. Flick desdenhou dos números. Diz que esteve em alguns desses confronto, mas aposta que agora é momento de mirar adiante, de resolver a vida da seleção e a sua também neste domingo (27), no Al Bayt, em Al-Khor, um dos estádios mais distantes da área central de Doha.
Será lá que a Alemanha tentará frear uma rival cheia de jovens. Aliás, a Espanha é chamada pela mídia do seu país de "Baby España". Também pudera, com nomes como Ansu Fathi, Pedri, Gavi e Nico Williams, todos sub-20m, outros "mais velhos", como Dani Olmo, 24, e Ferran Tórres, 22. Flick minimiza. Sustenta que os espanhóis sustentam um 4-3-3 e seguem uma linha de futebol baseada na cultura do Barcelona. Valem lembrar que, pelo Bayern, Flick aplicou goleada histórica de 8 a 2 no Barça na Liga dos Campeões 2019/2020.
— São jogadores de qualidade, jovens incríveis, com suas habilidades futebolísticas. Estáo muito bem treinados, precisamos ao falar deles também falar um pouco do Barcelona, todos têm mostrado grandes coisas por lá e repetem na seleção — disse.
Sobre o time, o técnico alemão deu pistas de que acomodará Kimmich e Goretzka no meio-campo, completando o setor com Gundogan. Assim, Thomas Müller será convertido em atacante. Quem sairá é Kai Havertz. Uma outra mudança será na zaga, com Sure voltando à zaga, na vaga de Schlotterbeck, 22 anos.