A atuação foi longe do ideal, mas Tite escreveu seu nome na história da Seleção Brasileira. Ao bater o Chile por 1 a 0, em Santiago, na noite desta quinta-feira (2), o treinador alcançou a melhor arrancada do Brasil em Eliminatórias - superando o também gaúcho João Saldanha que, em 1969, havia vencido seis rodadas consecutivas.
A sétima e histórica vitória foi conquistada com gol de Everton Ribeiro, e deixa a equipe na liderança da tabela, com 100% de aproveitamento e a seis pontos de distância para a Argentina, segunda colocada, que bateu a Venezuela fora de casa, e que será a adversária do próximo domingo (5), em São Paulo. O confronto, aliás, servirá como revanche pela final da Copa América, disputada em julho.
Para encarar os chilenos, o técnico da Seleção teve de lidar com a ausência de nove jogadores que atuam no futebol e inglês e não foram liberados por seus clubes, por conta da covid-19, além de Malcom e Claudinho que foram requisitados de volta pelo Zenit. Desta forma, as maiores novidades estiveram no ataque, onde Vinicius Júnior e Gabigol foram promovidos à titularidade.
A dupla, aliás, foi responsável pelo primeiro lance de perigo assim que a bola rolou, mas a defesa cortou o passe do flamenguista antes que ele encontrasse o ponta do Real Madrid na pequena área. Em seguida, foi a vez de Bruno Guimarães se projetar e, acionado por Neymar, sair na cara do goleiro. Antes do chute, porém, foi travado.
Os donos da casa também não deixaram por menos. Empurrados pelos mais de 10 mil torcedores que compareceram ao Estádio David Arellano, tomaram conta da partida. Com dificuldade para encaixar a marcação, o Brasil se fechava, esperando por um contra-ataque. Quando ele surgiu, Neymar pegou embaixo da bola, mandando muito acima do travessão de Bravo.
A pressão dos chilenos continuou. Em cobrança de falta de Vidal, Weverton espalmou para frente e, quando Eduardo Vargas mergulhou de peixinho, o palmeirense impediu que o placar fosse aberto. Minutos depois, o goleiro seria batido por Morales, mas o árbitro anulou o gol por impedimento de Mena, no momento do passe. Antes do intervalo, ele ainda trabalharia uma última vez, em nova tentativa de Vidal, de longa distância. Em resumo, o empate saiu barato para a Seleção.
Brasil em sua maior arrancada de todos os tempos em Eliminatórias
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Disposto a alterar o cenário, Tite voltou do intervalo com Everton Ribeiro e Gerson. As mudanças, contudo, não inibiram o Chile, que seguiu em cima. Não fosse um carrinho providencial de Alex Sandro, dentro da área, Aránguiz poderia ter aberto o placar na abertura do segundo tempo.
A facilidade era tamanha que os anfitriões foram baixando o ritmo. Até que aos 18, Danilo avançou praticamente sem marcação e cruzou para Neymar, que perdeu o gol na cara de Bravo. No rebote, Everton Ribeiro não perdoou: 1 a 0. O gol animou a equipe brasileira, que quase ampliou em seguida, quando Marquinhos apareceu na área e foi avançando às divididas, batendo fraco contra o goleiro.
Os chilenos, então, se tornaram ainda mais ofensivos a partir da entrada do meia-atacante Carlos Palacios. Foi em uma jogada do colorado, inclusive, que Marquinhos recebeu cartão amarelo, ficando de fora do jogo contra a Argentina por suspensão. Até mesmo por isso, o Brasil já não estava mais disposto a correr riscos. Assim, sempre que pegava a bola, trocava passes lentos, fazendo o cronômetro correr, para a irritação dos rivais. Foi a vitória da experiência, de quem lidera as Eliminatórias com folga.
FICHA TÉCNICA
Eliminatórias
9ª rodada — 2/9/2021
CHILE (0)
Bravo; Maripán, Medel e Paulo Díaz (Palacios, 23'/2ºT); Isla, Pulgar, Aránguiz (Valdés, 32'/2ºT), Vidal e Mena; Eduardo Vargas e Iván Morales (Jiménez, 37'/2ºT). Técnico: Martín Lasarte.
BRASIL (1)
Weverton; Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (Gerson, intervalo), Lucas Paquetá e Vinicius Júnior (Everton Ribeiro, intervalo); Neymar e Gabigol (Matheus Cunha, 32'/2ºT). Técnico: Tite.
GOL: Everton Ribeiro, aos 18min do 2ºT
CARTÕES AMARELOS: Bruno Guimarães, Marquinhos, Gerson, Neymar (B), Moráles, Pulgar, Maripán (C)
ARBITRAGEM: Diego Haro, auxiliado por Jonny Bossio e Jesus Sánchez. VAR: Víctor Carrillo (quarteto peruano)
LOCAL: Estádio David Arellano, em Santiago
Próximo jogo
Domingo, 5/9 - 16h
Brasil x Argentina (10ª rodada)
Arena Corinthians, em São Paulo