Faltando três anos para o início da Copa do Mundo, o Catar já vive o Mundial. Desde que foi escolhido para sediar o torneio, em 2010, o país passa por uma grande transformação estrutural.
Planejada e com grande poder aquisitivo, a nação do Oriente Médio só pensa em fazer bonito. No entanto, mesmo com tempo de sobra, algumas indefinições ainda rondam a organização. A mais importante é o número de países que participarão do evento: 32 ou 48 seleções.
A data para a Fifa finalmente bater o martelo é o dia 5 de junho de 2019. No 69º Congresso da entidade, em Paris, além da eleição para escolher seu próximo presidente, o órgão definirá quantas nações desembarcarão em solo catari.
O desejo do Catar é organizar a Copa do Mundo no tamanho atual, mas não descarta a mudança. Segundo Khalid Al-Naama, porta-voz do Comitê Organizador do Mundial no país, as últimas rodadas de negociações com a Fifa acontecerão até o meio de ano.
— Nosso planejamento sempre foi receber o evento para 32 seleções, em 28 dias. Houve um estudo da Fifa para aumentar o número. Falamos sobre as consequências da mudança: como trânsito e horário dos jogos. Tudo deve ser resolvido em junho. No entanto, nosso planejamento é para 32 seleções. Há muito detalhes para conversar, inclusive com outros países — afirmou o dirigente catari.
Nas conversas com a entidade, o Catar tem poder ao veto, já que é o atual país-sede e a proposta de aumento das equipes foi sugerida após a escolha da Fifa.
Uma das vontades do órgão máximo do futebol é dividir os confrontos extras com países vizinhos. O problema é que Arábia Saudita e Emirados Árabes, por exemplo, não possuem relações diplomáticas com o governo catari desde 2016. O espaço aéreo, inclusive, está fechado — uma viagem para Doha com escala em Dubai é proibida. Se aumentar o número de participantes, Omã, Egito e Bahrein podem entrar na briga para sediar a Copa.
— O que preferimos é ter uma competição que reflita a beleza de todo o Oriente Médio. A Copa não é apenas do Catar. O Catar é a sede, mas ele representa todos os países árabes. O bloqueio comercial não afeta em nada. Estamos abertos para discutir possibilidades, sempre estivemos abertos para explorar qualquer ideia que melhore o torneio. O que preferimos é o que a comunidade internacional do futebol desejar — emendou Al-Naama.
A organização ressalta ainda que o prejuízo do aumento de seleções seria a logística. Com mais partidas, maior a demanda de público e tráfego. Além de menor tempo para recuperação dos gramados.
Dos oito estádios que receberão as partidas, um já completamente pronto: o Khalifa Stadium. Palco tradicional do futebol no país, a arena foi reformada e reinaugurada em 2017. A expectativa é de que todas as praças esportivas estejam prontas em 2020. Todas as obras estão mais de 70% concluídas. Ao todo, o governo do Catar estima gastar com os estádios mais US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 28 bilhões).
*A repórter viajou a convite da Federação de Futebol do Catar.