Era madrugada fechada em Sochi, num dos poucos momentos em que faz noite na primavera russa, quando a Seleção Brasileira pisou no país da Copa do Mundo. A delegação chegou a Sochi, cidade balneária que será a casa dos comandado de Tite, às 3h da madrugada, horário local.
Como a Seleção Brasileira é uma reunião de celebridades, em torno de 60 torcedores recepcionaram a delegação no Aeroporto Internacional de Sochi. Ninguém falou.
Cansados da viagem desde Viena, onde o Brasil venceu a Áustria por 3 a 0, todos passaram rapidamente pelo saguão e entraram direto no ônibus, escoltados por policiais armados de metralhadora. Segurança fortíssima, portanto. Essa será uma tônica aqui em Sochi.
O aparato adotado pela organização intimida. Foi feito um corredor com os policiais entre a porta de saída do saguão e o ônibus.
Primeiro, apareceram os integrantes da comissão técnica. Os torcedores murmuraram. Quando os jogadores despontaram, celulares esboçaram fotos e houve gritos de Brasil, Brasil com o R mais carregado.
É claro que havia um brasileiro no meio para comandar os recatados russos. Gaúcho de Passo Fundo, Michel Pimentel, 40 anos, veio para Sochi trabalhar como voluntário.
Partiam dele os gritos de "joga bonito”, alusivo à uma campanha da fornecedora da Seleção. Os russos o seguiam e elevavam o tom do coro. O ápice foi quando Neymar, claro, e também Marcelo, cruzaram pelo saguão. Estavam ente os últimos e retribuíram ao gritos de seus nomes com aceno. A noite dos russos de Sochi estava ganha.