Na gélida Veranópolis, um banquete acompanhado de vinho da Serra vai esquentar a casa dos Ramos. A família do goleiro Cássio se prepara para assistir à partida de estreia da Seleção na Copa do Mundo, no domingo, 15h, cheia de expectativa.
A casa, presente do camisa 16 de Tite, ainda não está enfeitada: a greve dos caminhoneiros atrasou a chegada das bandeirinhas verde e amarelas.
Mas a animação está garantida por parte da mãe, Maria de Lourdes e do tio João Carlos, o Kojaque — maior incentivador do menino. Além deles, os irmãos de Cássio, Eduardo e Taís, e o filhinho Felipe, quatro anos, prometem torcer muito pelo sucesso contra a Suíça.
Maria de Lourdes promete oração e boas energias para o goleiro, que deixou Veranópolis aos 13 anos em busca do sonho do profissionalismo, rumo ao Grêmio. Kojaque, o tio-olheiro que indicou o menino e o aconselhou a permanecer no Olímpico nos momentos de dificuldade. Segundo a mãe, não há um ritual específico: a fé em Deus e no filho são suficientes.
— Ele está preparado. Se o Tite der uma chance, tenho certeza de que vai corresponder — orgulha-se Maria de Lourdes, a ex-empregada doméstica que criou os meninos de família de classe média baixa na Serra.
Outra parte da família de Cássio estará em São Paulo. Sua mulher, Janara Sackl, e a pequena Maria Luíza, de quatro meses, ficarão plantadas em frente à TV para acompanhar o goleiro corintiano diante dos suíços.
Mas depois da estreia, Maria de Lourdes, Taís, Janara e Maria Luíza cruzarão o Atlântico para ficar pertinho de Cássio. As quatro se juntarão a ele na Rússia, onde ficarão por pelo menos mais dois jogos (o número pode aumentar conforme a Seleção avance na Copa).
O sonho da família Ramos é ficar tempo o suficiente para sentir bastante saudade de Veranópolis. E trazer o troféu do hexa para amenizar a falta.