Quinto colocado da Série B, o Brasil-Pel nem parece que há quase três meses precisou secar adversários até o último minuto para não ser rebaixado no Gauchão. De um time muito limitado no Estadual, a equipe treinada por Rogério Zimmermann passou a fazer frente com as melhores da Segunda Divisão – não por acaso, derrotou na última terça o até então invicto Juventude e, antes, goleou o terceiro colocado Vila Nova.
Para que isso ocorresse, uma reformulação no grupo foi necessária. Jogadores que quase nada renderam no Gauchão saíram. E contratar com precisão cirúrgica passou a ser decisivo para o futuro xavante.
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Com oito novos atletas, a direção renovou as esperanças da torcida. Mas, embora as contratações tenham naturalmente ajudado a dar peso ao elenco xavante, o bom futebol não apareceu repentinamente. Foram necessárias quatro rodadas para o time, enfim, vencer na Série B.
– Melhorou muito a produção nos dois últimos jogos. Vejo relação disso com a presença do Itaqui no meio e a adaptação maior dos reforços, principalmente do Rafinha, do Wagner e do Lincom – diz André Müller, comentarista da Rádio Pelotense.
Ex-volante do Brasil, Marcos Roberto Maciel Xavier, o Dido, reforça a análise. Ele concorda que os reforços tornaram o time melhor. Mas faz questão de ressaltar uma difícil decisão que Zimmermann teve de tomar: colocar o capitão e ídolo do time na reserva.
– Joguei 12 anos no Brasil e acho que o Leandro Leite já deu a sua contribuição para o clube, que não podemos descartar. Mas não está em um bom momento. A mudança dele por Itaqui melhorou muito o time. Volante tem que sair jogando – opina.
Bruno Halpern, repórter da RBS TV, é outro a notar evolução na equipe. Ainda assim, faz uma análise cautelosa:
– Antes de vencer esses dois últimos jogos, o time perdeu duas partidas com sete gols sofridos. O próprio técnico pede para que se tenha paciência. Mas, é inegável, o time está ganhando corpo. O espírito de Brasil voltou. O Rafinha não tinha característica de dar carrinho e disse que se obrigou a isso no clube. E, na frente, tem um centroavante de confiança, o Lincom, que faz gol e sabe o que fazer quando a bola cai nos seus pés.
No sábado, o futebol xavante será novamente testado. Apesar do mau momento do adversário, o Brasil não vence o Inter desde 1996. Hora de ver até onde os pelotenses podem chegar.
*ZHESPORTES