Sergio Perez está feliz da vida. Mesmo tendo encontrado uma McLaren longe das primeiras posições, fruto de um carro instável e difícil de acertar, o MP4-28. Mas o mexicano não se importa. Como um recém-casado em lua de mel, confia totalmente que o casamento vai dar certo. Em entrevista, ele fala desta tranquilidade quanto ao futuro da McLaren, do duelo com Jenson Button e das críticas que recebeu de Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari.
Você chegou à McLaren justamente num dos piores inícios de temporada do time. Como está gerindo isso?
Sergio Pérez - Foi difícil saber que estamos muito longe de sermos competitivos. Foi difícil assimilar. Tive este ano meu pior resultado na Austrália, por exemplo. Nos anos anteriores eu tinha somado pontos. Foi duro, mas voltaria a fazer o mesmo mil vezes. Estar na McLaren é ter a segurança de que uma hora você terá um bom carro e chegará a oportunidade de lutar por meu objetivo, que é ser campeão do mundo.
Se você terminar o ano sem vencer, consideraria não atingida a sua meta para 2013?
SP - Sim, eu ficaria decepcionado pois passar uma temporada na McLaren sem vencer é sinal de um ano ruim. Mas é preciso olhar por um viés positivo. Este é o momento de apoiar a equipe e é o que estou fazendo. Todos estamos lutando juntos para sair dessa situação e vencermos também juntos.
Muito gente também questiona se o time vai reverter isso a longo prazo. Afinal, recentemente foi anunciada a saída da Vodafone, o patrocinador principal...
SP - Estou muito tranquilo em relação ao futuro da equipe. Ela é muito sólida, sobre todos os ângulos. Em termos comerciais, há uma fila de patrocinadores querendo trabalhar com ela. Se sai um, certamente chegará outro.
Você certamente está empolgado em estar na McLaren.
SP - Quando entrei na sede, me dei conta do tamanho da equipe que eu tinha chegado. Você pensa em Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, em todas as lendas das pistas que já venceram por este time, é algo que te motiva a dar tudo de si. Eu tenho muito carinho pela McLaren. Olhando de fora as pessoas podem pensar que é uma equipe fria, mas é contrário: é uma equipe que se preocupa com a parte humana e se concentra em fazer tudo para ajudar ao piloto.
Qual a diferença de, pela primeira vez na F-1, ter um companheiro de equipe com bastante experiência na categoria?
SP - É algo que me ajuda muito. Aprendi bastante neste pouco tempo juntos que levamos. Ele aplica sua experiência para colocar a equipe numa boa direção e isto me ajuda também. Em termos de velocidade, foi uma grande surpresa para mim estar no mesmo nível dele desde a primeira corrida. O que me ainda me falta é trabalhar com o mesmo volume de detalhes que ele trabalho, afinal esta é apenas minha terceira temporada na Fórmula 1. Mas estou muito feliz porque meu rendimento, ainda que o carro e os resultados não demonstrem, foi muito bom nas primeiras corridas.
O que você achou das críticas que recebeu de Luca di Montezemolo no ano passado, quando ainda fazia parte do programa de jovens pilotos da Ferrari?
SP - Na Fórmula 1, se falam de ti é bom. Quando deixam de falar, é um mau sinal. Há quem crítique (Sebastian) Vettel por ter ganho três títulos, e que situação boa é poder ter vencido todos eles mesmo que as pessoas te critiquem. No ano passado foi meu caso quando a Ferrari disse que eu não estava pronto para uma equipe de ponta, mas havia o interesse de muitas equipes e no final eu acertei com a McLaren.
Isto encerrou sua relação com o pessoal de Maranello?
SP - Não, nada mudou na minha relação com a Ferrari e só tenho a agradecer as oportunidades que eles me deram na minha chegada na F-1. Mas hoje não tenho mais nenhum tipo de contrato com a Ferrari.
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