Para o vice-reitor da UFRGS, o vestibular na instituição inicia agora um processo de transição, e a entidade se prepara para abrir as portas para estudantes de outras regiões do país.
Zero Hora - Por que a UFRGS foi uma das últimas federais a aderir ao Sisu?
Rui Vicente Oppermann - O Enem/Sisu começou como uma inovação muito interessante, porém com uma curva de aprendizado pautada por problemas que, na nossa avaliação, seria arriscado aderir quando ainda eram muito grandes. O Enem chegou a um amadurecimento próximo do histórico que temos do nosso vestibular. O processo que a UFRGS escolheu para entrar é típico da nossa instituição. É gradativo, para medir o impacto disso na qualidade do nosso alunado.
ZH - Haverá mudança no perfil socioeconômico e educacional dos alunos ingressantes?
Oppermann - Nossa curiosidade é muito grande com relação a isso. A procura pelos cursos com maior densidade vai ser grande, e a concorrência nacional vai pesar bastante. A expectativa é de termos muitos candidatos de outras regiões nesses cursos, e nos menos procurados estaremos dando oportunidade de acesso para uma parcela mais ampla no âmbito regional. O determinante maior do perfil é a política de cotas, que já existe e estamos preparados para ela. Sobre o perfil acadêmico, será interessante porque a universidade molda muito esse perfil. Temos certeza de que vamos conseguir manter esse padrão de qualidade.
ZH - O vestibular da UFRGS é conhecido por não apresentar falhas. Vocês têm preocupação com isso no Sisu?
Oppermann - Temos de olhar com a magnitude das coisas. O Enem é uma prova para 7 milhões de pessoas, o nosso vestibular tem 42 mil. O Enem vem reduzindo quebras de segurança muito óbvias que hoje já não existem mais. A adesão da UFRGS ao Enem/Sisu vai dar a eles acesso a nosso histórico e tecnologia. O próprio Inep festeja nossa inclusão porque vamos colaborar para tornar o exame ainda mais seguro e eficiente.
ZH - Que orientação podemos dar aos futuros candidatos?
Oppermann - Nesse momento de transição, os cuidados com o vestibular têm de continuar os mesmos que tradicionalmente existem, de estudar toda aquela programação no edital e as leituras recomendadas. (O candidato) deve manter o histórico de como se preparar para o vestibular. E que estude para o Enem, não deixe de fazer e se prepare para tirar a melhor nota.
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