Quem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 tem pouco menos de quatro meses para se preparar. O primeiro dia de provas ocorre em 3 de novembro com os testes de Linguagens — língua portuguesa, literatura, língua estrangeira (inglês ou espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação — e Ciências Humanas — com questões de geografia, história, sociologia e filosofia.
Para ser mais certeiro na hora dos estudos, confira o que sempre cai nas provas do Enem, o que talvez caia e o que raramente caiu ou nunca cai.
Língua portuguesa
Sempre cai: muita interpretação de texto em todas as questões — por isso, este é o ponto mais importante para tirar uma boa nota, funções de linguagem, variação linguística e gêneros textuais.
Talvez caia: discussões sobre folclore e vanguardas
Nunca cai: questões de gramática pura.
Língua inglesa
Sempre cai: interpretação textual — é muito importante compreender o que o enunciado pede para buscar no texto a resposta adequada, textos de notícias (jornais, sites, revistas), charge, imagens, passagens de música e, nos últimos anos, textos literários (poemas, passagens de livros).
Talvez caia: textos abordando diversidades sociais e culturais e diferentes funções e usos da língua (formal x informal).
Nunca caiu: questões de gramática.
Língua espanhola
Sempre cai: texto em espanhol e perguntas com os enunciados e alternativas em português, questões de inferência, em que os elementos textuais auxiliam na conclusão de uma ideia, a ideia central do texto ou de algum parágrafo, que pode aparecer em "como o autor destaca" ou " o autor parece dar mais importância para determinado ponto" e diferentes gêneros textuais, ou seja, é importante compreender a finalidade do texto em relação à pergunta do enunciado.
Talvez caia: a intenção do autor, que pode ser de forma geral ou algum recurso específico, e perguntas sobre um vocábulo específico ou uma expressão idiomática, em relação à ideia que eles contêm.
Nunca caiu: questão puramente gramatical, como acentuação, verbos ou emprego de artigos, pois a gramática está a serviço do texto e da sua compreensão.
Literatura
Sempre cai: propostas defendidas pelo Modernismo de 22 e movimentos de vanguarda europeus, nas propostas revolucionárias de produção artística defendidas, por exemplo, pelo surrealismo, futurismo e dadaísmo.
O que talvez caia: romantismo e sua construção de uma identidade nacional idealizada e realismo e sua tentativa de interpretação crítica das relações sociais e humanas.
Nunca caiu: simbolismo (sugestividade e musicalidade da palavra), parnasianismo — busca da objetividade e da estrutura tradicional (soneto/métrica/rima) e naturalismo — a relação teorias deterministas x comportamento humano.
Geografia
Sempre cai: demografia, urbanização, globalização, climatologia, agricultura, solos e problemas ambientais.
Talvez caia: projeções cartográficas, transportes, energia, indústria, blocos econômicos, biomas, geologia e geopolítica.
Raramente cai: movimentos da Terra, fusos horários, escala, lua, orientação/coordenadas geográficas e relevo.
História
Sempre cai: revolução industrial, a Era Vargas, ditadura e patrimônio cultural.
Talvez caia: Grécia Antiga (foco na democracia), Brasil Colônia (foco na questão escravocrata, na economia e na cultura), República Oligárquica (foco na economia e política).
Nunca caiu: Egito Antigo, Mesopotâmia, Roma Antiga e guerras periféricas durante a Guerra Fria como Guerra da Coréia e Vietnã
Filosofia
Sempre cai: Filosofia Antiga e um ou mais filósofos do período pré-socrático, como Platão e/ou Aristóteles.
Talvez caia: Maquiavel, filósofo político que mais apareceu na prova. Há três edições que não aparece na primeira aplicação da prova, portanto, é de esperar que surja alguma questão.
Nunca caiu: Axel Honneth, filósofo da segunda geração da escola de Frankfurt, que abordou a temática das lutas por reconhecimento no mundo contemporâneo.
Sociologia
Sempre cai: desigualdades sociais, econômicas e de gênero. Pode aparecer pelos vieses sociológico, histórico e até geográfico.
Talvez caia: sociologia de Marx. As temáticas marxistas (desigualdades econômicas e realidade do trabalhador fabril do século XIX) são constantes na prova, mas nem sempre por uma análise do texto de Marx.
Nunca caiu: a sociologia de Zygmut Bauman. O sociólogo mais influente do últimos 20 anos, que defende a tese da liquidez das relações modernas.
Fontes: Bruno Fleck, professor de geografia do Unificado; Marcelo Giusti, professor de língua inglesa do Método Medicina; Marcelo Pitana, professor de história do Pré-vestibular Dimensão; Mariana Goulart, professora de linguagens e redação do Me Salva!; Michael de Souza Cruz, professor de filosofia e sociologia do Unificado; Roberta Spessatto, professora de espanhol do Unificado; e Vanderlei Vicente, professor de literatura do Unificado.