A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem perdido, entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão por ano, com desperdício de alimentos. Isso significa que 150 mil refeições são desperdiçadas anualmente – de um total de 1,6 milhão servidas nos restaurantes universitários do campus principal, em Santa Maria, e nas demais unidades.
Nos últimos dois anos, o reitor Paulo Burmann solicitou à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis um levantamento do quanto a instituição gasta com desperdício. A ideia é que, até o próximo ano, a universidade coloque em prática o agendamento das refeições na instituição.
_ O agendamento não é um processo punitivo, mas é uma medida necessária. A ideia é que para ter acesso ao Restaurante Universitário, o estudante faça o agendamento e, assim, tenhamos uma tendência de se reduzir o desperdício que hoje é algo expressivo _ avalia o reitor Paulo Burmann.
A universidade serve por dia 9 mil refeições a alunos e também a servidores. A instituição contrata – por meio de uma licitação – os serviços de uma empresa de Minas Gerais que é responsável por produzir a refeição de estudantes dos campi de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões. As refeições servidas no Restaurante Universitário (RU 2), que fica próximo ao Centro de Tecnologia (no campus de Santa Maria), também são feitas por essa mesma empresa terceirizada.
No campus de Santa Maria, a alimentação fica por conta de servidores da instituição nos restaurantes do campus (RU 1), no bairro Camobi, e também no prédio da antiga reitoria (RU 3), no centro da cidade.
Resistência
O reitor Paulo Burmann afirma que há uma “certa resistência” de setores dentro da universidade quanto à adoção do agendamento. O que, segundo ele, “é injustificável”:
_ Há uma resistência inexplicável nesse processo todo que nos foge à compreensão. Além de se tratar de uma questão de gestão é, essencialmente, uma situação de entendimento humanitário.
Conforme a pró-reitor de Assuntos Estudantis, Clayton Hillig, os estudantes representam 95% do público contemplados com as refeições, já os 5% restantes são servidores.
Resolução
O pró-reitor explica que, para o próximo mês, será colocada em votação pelo Conselho Universitário (Consu) uma resolução que prevê alteração no auxílio alimentação. A ideia é que os servidores – que, atualmente, pagam R$ 2,50 por refeição – passem a pagar valor de R$ 8. O custo da refeição servida é de R$ 8,75, sendo que o valor restante é custeado pela universidade.
Estudantes com benefício socioeconômico têm refeição garantida de graça. Já aqueles em que a renda familiar percapita é superior a 1,5 salário mínimo, o custo da refeição é de R$ 2,50.