A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) observa o último trimestre deste ano com apreensão. Até o momento, a instituição contabiliza um valor retido de R$ 47,5 milhões por parte da União. Ou seja, verba que não foi repassada pelo governo federal apenas neste ano.
O montante é resultado entre a diferença do que estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) – R$ 160,3 milhões – e o que, no momento, foi liberado – R$ 112,8 milhões.
Por tudo isso, o reitor Paulo Burmann analisa com cautela o momento financeiro que a instituição vive frente às crescentes quedas de recursos da União para a UFSM, nos últimos quatro anos.
Burmann projeta dois cenários, igualmente, preocupantes. No pior deles, a Federal fecharia o ano com um déficit de R$ 25 milhões. E, no outro, com um rombo de R$ 10 milhões – em caso de o governo federal liberar 100% do que está previsto para custeio e capital.
A instituição quer viabilizar, até o próximo ano, um novo modelo de licitação – que otimize processos e que se mostre mais eficiente. Além disso, se trabalha na revisão de contratos com empresas terceirizadas (com prestadoras de serviços). A ideia é economizar entre R$ 400 mil e R$ 500 mil por mês.
Campus de Cachoeira do Sul
No campus da instituição, o de Cachoeira do Sul, a situação inspira mais cuidados, conforme o reitor Paulo Burmann, que concedeu coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira (15), no campus principal, em Santa Maria (no bairro Camobi).
Ele afirma que são necessários, no mínimo, R$ 10 milhões para iniciar o semestre de 2018 no campus de Cachoeira do Sul, que segue em processo de expansão. Do contrário, se não houver o aporte desta verba, o reitor afirma que o cenário fica nebuloso:
“Vai ser necessária nova ginástica. E, de repente, pode haver troca de turno”.
Ainda segundo o reitor, são gastos com aluguéis, por mês, R$ 36 mil com salas de aulas, laboratórios no campus de Cachoeira do Sul. Neste valor, não estão contabilizados demais encargos – como energia, limpeza e segurança.
Do que foi pactuado, entre a União e a UFSM, dos R$ 129 milhões, apenas R$ 7 milhões foram liberados.