Os professores da rede pública estadual decretaram, nesta terça-feira (5), greve por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada nesta manhã em assembleia geral da categoria realizada no Largo Glênio Peres, no Centro de Porto Alegre.
Segundo o Cpers-Sindicato, a greve tem validade imediata, incluindo para os turnos de aula de hoje, caso professores queiram aderir.
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A realização da assembleia foi seguida de marcha dos professores, que caminharam do Mercado Público até a Praça da Matriz. Apenas a Rua Duque de Caxias segue bloqueada.
– Temos um governo que assumiu e, no primeiro dia, se deu reajuste de 64% para todos os secretários, mas não tem capacidade para pagar salário de professor. É difícil – diz a presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer
Os professores protestam contra o parcelamento de salários - este mês a primeira parcela é a mais baixa desde 2015, de R$ 350 - e do 13º salário. Os docentes relatam dificuldades financeiras.
– Virou uma bola de neve, pois temos que refinanciar o financiamento que já temos no Banrisul, e o banco segue cobrando juros – relata o professor de informática Geizo Rosner, de Capão da Canoa.
O magistério também cobra a retirada de projetos em tramitação na Assembleia Legislativa, entre eles o que altera a aposentadoria de servidores públicos, o que muda a data de pagamento e os que extinguem a licença prêmio e o adicional por tempo de serviço.
Apesar da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) ter dito que não iria se manifestar por enquanto, o governador José Ivo Sartori falou sobre o assunto no Twitter: "Embora compreenda os motivos, lamento muito essa decisão. Ela não ajuda em nada a resolver o problema. Pelo contrário, só agrava a situação dos alunos e de suas famílias, especialmente dos mais humildes".