Claudia Chiquitelli
Especial
Ser demitido na recessão na qual vive o país é uma situação muito mais difícil do que ser dispensado com uma economia emergente. Mas se isso ocorrer, como estar preparado para ir à luta e conseguir uma recolocação? Para uma das diretoras da Luni Neurocomunicação Nisia Rogowski Terra, o currículo pode garantir a entrevista, mas a linguagem corporal consegue fazer com que essa oportunidade vá por água abaixo, de acordo com uma pesquisa com 2,5 mil gerentes de RH.
– Cinquenta por centro dos profissionais dessa área julgam se você é um provável candidato em menos de 5 minutos, de acordo com o CareerBuilder.com – explica Nisia.
Para a psicopedagoga, o profissional precisa estar atualizado permanentemente, desenvolver competências pessoais que permitem melhorar as suas interações e relacionamentos, além de qualificação técnica.
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– O trabalhador deve estar atento às necessidades da empresa e procurar ser um profissional comprometido com os resultados. As pesquisas mostram que apenas 30% dos funcionários tem esse comportamento. Cinquenta por cento apenas cumprem suas tarefas, mas sem engajamento, e 20% vivem reclamando e falando mal dos resultados, da equipe, do mercado, do salário, dos clientes e até da empresa, influenciando negativamente os colegas. Quando for necessário um corte de funcionários, não é muito difícil de imaginar quem estará nessa lista – avalia.
Além da questão comportamental, o candidato deve ficar atento ao currículo, etapa profissional que geralmente é a porta de entrada em uma empresa.
– O currículo deve ser usado como uma estratégia de "venda" da sua imagem e das qualificações. Lembrando que o RH não conhece o candidato e que não poderá presumir as informações que estão faltando no documento, por isso mantenha-o atualizado. Um bom currículo pode lhe garantir uma entrevista –afirma a também diretora da Luni Luciana Schroeder, treinadora em linguagem não-verbal pela Science of People (EUA).
As especialistas lembram que o peso que a linguagem não-verbal tem nas interações pode variar de 60% a 90%.
– Preocupamo-nos muito mais com "o que" vamos dizer e não com o "como". Quando falamos de linguagem não-verbal estamos nos referindo a expressão facial, gestos, postura, adereços, roupas e variação vocal - tudo aquilo que passa uma impressão ou ideia sobre você sem o uso de palavras – diz Nisia, que trabalha com terapia super breve.
Resultado de estudo
Uma pesquisa da americana Harvard Business School pediu aos participantes para testarem suas habilidades em uma entrevista simulada ou não real de emprego. Para um dos grupos foi ensinado linguagem corporal confiante. As filmagens das entrevistas foram então apresentadas a um grupo especializado para que julgassem os candidatos sob três aspectos: desempenho geral, contratabilidade e presença. Era esperado que o grupo com linguagem corporal confiante tivesse avaliações superiores somente no item presença. No entanto, para surpresa de todos, ele teve resultados superiores nos três itens.
– Transmitimos muito mais do que imaginamos por meio da nossa expressão corporal. Portanto, é necessário alinhar o que você diz com a palavra com o que você diz com o corpo – finaliza Luciana.
A Luni Neurocomunicação (www.lunineurocomunicacao.net), com sede em Porto Alegre, oferece cursos focados em melhorar a comunicação, apresentações em público e saber interpretar a linguagem corporal para melhorar a imagem, liderar de forma positiva e até entender alguns pontos fracos das outras pessoas.
Confira abaixo dez erros de linguagem corporal cometidos durante uma entrevista que a empresa produziu para o caderno Teu Emprego:
1. Nenhum contato visual;
2. Não sorrir;
3. Brincar com a cadeira ou com algo na mesa;
4. Má postura;
5. Ficar balançando/mexendo na cadeira;
6. Cruzar os braços;
7. Brincar com o cabelo ou ficar tocando/acariciando o rosto;
8. Aperto de mão fraco ou muito forte;
9. Aperto de mão somente com as pontas dos dedos;
10. Gesticular demais.