As mudanças propostas para reformulação do Ensino Médio podem trazer um novo modelo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com a intenção de flexibilizar a trajetória dos alunos, o Ministério da Educação (MEC) terá de pensar também em formas de avaliar as ênfases de formação.
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Uma das possibilidades é de que haja modelos diferentes de Enem, mais direcionados para o que os estudantes aprenderam nesta etapa de ensino. As possíveis mudanças não valerão para o Enem 2016.O governo quer aprovar a reforma do Ensino Médio até o final do ano. Nesta quinta-feira, o presidente Michel Temer deverá anunciar o texto que será enviado para a aprovação do Congresso Nacional.
De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o texto final ainda não foi disponibilizado aos secretários estaduais, responsáveis por essa etapa de ensino, mas grande parte das sugestões dadas pelos gestores foi acatada. A intenção é que o Ensino Médio tenha, ao longo de três anos, metade da carga horária de conteúdo obrigatório, definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – ainda em discussão. O restante do tempo deve ser flexibilizado a partir dos interesses do próprio aluno e das especificidades de cada rede de ensino no Brasil.
Os alunos poderão escolher seguir algumas trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas – modelo usado também na divisão das provas do Enem. Os secretários propõe ainda a inclusão de um quinto eixo de formação: técnica e profissional.
– Essa formação vai possibilitar que o aluno passe no Enem? O Enem vai mudar por conta disso, com certeza – disse o diretor institucional do Consed, Antônio Neto.
– Inclusive, o Enem vai mudar a partir do momento que houver uma BNCC para o Ensino Médio, o Enem vai ter que seguir essa base – acrescentou.
A reforma ganhou destaque após a divulgação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país. Pelo segundo ano consecutivo, a meta estabelecida para o Ensino Médio não foi cumprida e a etapa está estagnada desde 2011.
Uma reforma da etapa está em tramitação na Câmara dos Deputados, por meio do Projeto de Lei (PL) 6480/2013, mas o ministro da Educação, Mendonça Filho, defende que, dada a urgência da questão, é necessário o envio de uma medida provisória. Atualmente, o ensino médio concentra 8 milhões de alunos. Os problemas identificados nessa etapa estão presentes tanto na rede pública quanto na privada.