Como uma gigantesca bola de demolição, Júpiter pode ter atingido o sistema solar, na época de sua formação, destruindo a primeira geração de planetas nascentes, antes de recuar para a órbita atual. A conclusão é de estudo publicado na segunda-feira, 23, na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Segundo os autores, a descoberta ajuda a explicar por que o sistema solar é tão diferente de centenas de outros já descobertos.
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- Agora que podemos comparar o sistema solar com outros sistemas planetários, uma das características mais interessantes é a ausência de planetas entre o Sol e a órbita de Mercúrio. O padrão típico dos sistemas planetários da nossa galáxia parece ser um conjunto de superterras - disse um dos autores do estudo, o astrofísico Gregory Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
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Para os cientistas, Júpiter teria primeiro migrado para dentro do sistema, em direção ao Sol, até que a formação de Saturno causasse a reversão de seu curso, fazendo com que chegasse até sua posição atual.
Naquele momento, seria plausível que planetas rochosos com espessas atmosferas tivessem se formado perto do Sol, a partir de um denso disco de gás e poeira. Esses planetas se tornariam "superterras", como as que existem em outros sistemas.
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À medida que Júpiter se moveu para dentro do sistema solar, no entanto, perturbações gravitacionais do planeta gigante teriam varrido esses planetas interiores - além de planetoides e asteroides -, segundo o estudo, fazendo com que eles "trançassem" suas órbitas, gerando uma série de colisões que os teriam feito em pedaços.
- É a mesma coisa que tememos que aconteça com os satélites que estão para ser destruídos na órbita baixa da Terra. Os fragmentos deles iriam começar a se chocar com outros satélites, gerando uma reação em cadeia de colisões. Nosso trabalho indica que Júpiter deve ter criado esse tipo de cascata de colisões no Sistema Solar interno - disse Laughlin.
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte teriam se formado só depois da destruição dos planetas internos e do recuo de Júpiter.
De acordo com o cientista, a formação de planetas gigantes como Júpiter é relativamente rara, mas quando ocorre, o planeta geralmente migra para dentro e termina em uma distância orbital parecida com a da Terra.
*Agência Estado