O professor do Ensino Médio e físico Rafael Irigoyen teve um segundo dia movimentado no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern). Segundo ele, a segunda-feira era um dos dias mais esperados de sua estadia de uma semana no lar do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês). Irigoyen foi um dos selecionados pela Sociedade Brasileira de Física em um programa financiado pela CAPES, que levou brasileiros ao centro de pesquisa em Genebra, na Suíça.
- Graças à pausa de dois anos para a manutenção do LHC (até 2015), tive uma oportunidade rara para meros visitantes: descer os mais de 100 metros até uma das cavernas do Grande Colisor de Hádrons, mais especificamente, a caverna que abriga o LHCb, o experimento construído para revelar por que a matéria venceu a antimatéria, tornando possível a existência do universo como conhecemos hoje - relata Rafael.
Os físicos sabem hoje em dia que, para cada partícula que é criada, é criada também a antipartícula correspondente.
- Quando um par de partícula e antipartícula se encontram, ambos se aniquilam e viram energia pura: luz! Assim, quando o Big Bang deu origem às partículas que formam a matéria do nosso universo, criou, também, mesma quantidade de antimatéria. A pergunta que os físicos querem responder com o LHCb é: por que a antimatéria desapareceu, sobrando somente a matéria? - questiona o professor do Pastor Dohms e do Salvador.
Também na caverna do LHCb está o DELPHI, antigo experimento que funcionou de 1989 a 2000, sendo desativado para a construção do LHC e de seus quatro detectores, entre eles o LHCb.
- Embora não funcione mais, o DELPHI continua montado para exposição e é impressionante - conta Rafael, que gravou a visita ao local (confira o vídeo abaixo).
Rafael também conheceu um espaço aberto ao público geral, o Globo do Cern, prédio redondo logo na entrada do centro que abriga um museu e faz "uma linda apresentação sobre o universo com projeção de imagens e animações por todo o ambiente".
No domingo, Rafael havia conhecido o ATLAS, o maior dos detectores das partículas produzidas nas colisões entre prótons no LHC.
Selecionado pela Sociedade Brasileira de Física junto a outros 29 professores de Ensino Médio para um curso de uma semana no centro de pesquisas, Rafael se uniu ao biólogo e também professor Igor Nornberg para criar o canal de Youtube "A Torre" (confira o vídeo em que eles explicam o acelerador de partículas), que tem como objetivo a divulgação científica. Ele vai ficar na Suíça até o dia 7 de setembro e, durante a estadia, publicará atualizações sobre o curso e as descobertas que fizer por lá.