- O pessoal fica alucinado, tivemos que fazer um sistema com fila, senão dava briga - empolga-se Grégory Gusberti minutos antes de mais uma sessão de tempestade de raios artificial.
O estudante do terceiro semestre de Engenharia Eletrônica da PUCRS tem 18 anos e criou a maior Bobina de Tesla eletrônica da América Latina. Ele expôe o equipamento ao público pela primeira vez no 14º Fórum Internacional do Software Livre (Fisl14), realizado de 3 a 6 de julho na PUCRS, em Porto Alegre.
Gusberti é pioneiro no Brasil na construção da versão contemporânea do transformador, inventado por Nikola Tesla na década de 1890 e capaz de gerar tensões altíssimas e produzir faíscas elétricas de até 3,4 metros de comprimento que se propagam no ar, como raios artificiais.
- A bobina de Tesla existe há mais de 100 anos, mas essa forma eletrônica é muito recente, começou a ser desenvolvida em 2003, é uma tecnologia que ainda não está pronta. Em 2008, eu comecei a discuti-la em fóruns internacionais e ajudei a desenvolvê-la - conta.
Depois de conhecer a bobina eletrônica, o então estudante do Ensino Médio começou a construir as primeiras versões de sua bobina. Em 2011, com o conhecimento acumulado, pode construiu a nova versão. Para colocar o projeto em prática, precisou investir na importação de peças difíceis de encontrar no Brasil.
- São componentes de potência usados na indústria, para controle de motores e de máquinas - comenta o jovem inventor. - Aqui é mais uma prova de conceito da Física, mas se usa esse equipamento para estudos de transmissão de energia elétrica sem fios, teste de materiais e simulações meteorológicas de raios e descargas elétricas.
Confira em vídeo a explicação de Gregory para o funcionamento da Bobina e o público se divertindo com a engenhoca no Fisl14: