O Rio Grande do Sul tem registrado crescimento na adesão à greve dos servidores de universidades e institutos federais nos últimos dias. Em todas as 10 instituições com unidades no Estado há algum reflexo das paralisações – as que não têm docentes grevistas, registram técnicos-administrativos paralisados.
Todos os institutos federais têm algum campus com calendário acadêmico suspenso. Entre as universidades, a UFPel e a Furg têm professores em greve, o que reflete nas aulas oferecidas. Na UFSM, a opção, até o momento, é por paralisações semanais de um dia.
Nesta terça-feira (16), foi iniciada uma agenda conjunta de entidades sindicalistas em Brasília, para reforçarem as suas reivindicações. Entre as demandas, está a recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, além de uma reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes.
Em meio a negociações junto ao governo federal, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que uma nova proposta deve ser apresentada à categoria na sexta-feira (19).
Confira a situação de cada instituição
IFFar
No Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar), dos 12 campi espalhados pelo RS, cinco estão com o calendário acadêmico suspenso: São Borja, Uruguaiana, Santa Rosa, Santo Augusto e Frederico Westphalen. Com exceção de Jaguari e Júlio de Castilhos, as outras unidades aderiram à greve, mas a mobilização não gerou, até o momento, mudanças no planejamento do semestre.
IFRS
A assessoria de comunicação do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) contabiliza, até o momento, quatro campi com calendário acadêmico suspenso: Vacaria, Ibirubá, Erechim e, a partir desta terça-feira (16), Rio Grande. O Sinasefe também indica que há adesão à greve, mesmo com a manutenção das aulas, nas unidades de Bento Gonçalves, Farroupilha, Feliz, Caxias do Sul, Veranópolis e na reitoria.
IFSul
A greve acontece em todas as 15 unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul). O calendário acadêmico foi suspenso nos campi de Pelotas, Pelotas – Visconde da Graça (CAVG), Camaquã, Jaguarão e Gravataí. Venâncio Aires deve suspender a partir desta quarta-feira (17) e Passo Fundo avalia a adesão. Na reitoria, somente as atividades essenciais estão mantidas, segundo a regional do Sinasefe, sindicato que representa os servidores dos institutos federais.
Por enquanto, a greve não afeta o planejamento do semestre nas unidades de Bagé, Charqueadas, Lajeado, Novo Hamburgo, Santana do Livramento, Sapiranga e Sapucaia do Sul.
Furg
Dos cinco campi da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), dois estão com atividades totalmente paralisadas: o de São Lourenço do Sul e o de Santa Vitória do Palmar. Conforme o comando de greve, no total, 80% do funcionamento dessas cinco unidades está interrompido.
A mobilização na instituição foi iniciada no dia 8 de abril. Os outros três campi parcialmente afetados são o Carreiros, localizado em Rio Grande; o Santo Antônio da Patrulha; e o Campus Saúde, também em Rio Grande, no Hospital Universitário.
UFCSPA
Na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), os técnicos-administrativos também estão em greve, o que faz com que as atividades acadêmicas que necessitam de acompanhamento de técnicos de laboratórios precisem ser adequadas ou reorganizadas pelos docentes responsáveis. No entanto, a instituição informou que o maior impacto é nos serviços administrativos.
Como os docentes, que são representados pela Adufrgs, não estão em greve, o calendário acadêmico segue normal até o momento.
UFFS
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que tem três campi no RS – Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo –, também está com seus técnicos-administrativos em greve, mas os docentes seguem em atividade.
Segundo informações do sindicato da categoria, em torno de cem técnicos-administrativos estão paralisados. Por esse motivo, há impacto em atividades como a gerência e execução de contratos financeiros e jurídicos, atendimento em laboratórios, assistência social, biblioteca, acessibilidade e comunicação, por exemplo.
UFPel
Os docentes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciaram greve nesta segunda-feira (15), com paralisação por tempo indeterminado. Eles se somam aos técnicos-administrativos, que já estavam parados.
Por enquanto, não há previsão de impacto da mobilização no calendário acadêmico – as aulas do primeiro semestre de 2024 começaram nesta segunda. Entretanto, em uma reunião realizada nesta terça-feira, o Fórum de Diretores informou que apresentará ao conselho superior da universidade um pedido de análise da possibilidade de suspensão do calendário em andamento.
UFRGS
Os técnicos-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão em greve desde a primeira quinzena de março e, com isso, atividades e serviços podem estar afetados. Não há, contudo, um levantamento sobre o impacto da mobilização.
Entre os professores, a maioria é representada pelo sindicato Adufrgs, que diz estar em estado de greve, mas optou por não paralisar as atividades acadêmicas. Alguns docentes, contudo, são filiados ao Andes-SN, outro sindicato, cuja seção sindical da UFRGS tem assembleia geral marcada para a próxima quinta-feira (18), para definir se aderirá à mobilização ou não.
UFSM
O formato de mobilização na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é diferente das outras federais: em vez de optar por paralisar ou não as atividades, os docentes têm realizado paralisações semanais e assembleias constantes. Nesta terça-feira, por exemplo, os professores cruzaram os braços.
Já os técnicos-administrativos estão em greve desde o dia 11 de março na instituição.
Unipampa
Apesar de os técnicos-administrativos estarem paralisados, os docentes da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) decidiram não deflagrar greve. A decisão foi tomada em assembleia geral, na semana passada.
Está mantido, contudo, o estado de greve pela categoria. Estão sendo criados comitês de mobilização em cada campus e um calendário de atividades.