Avaliada pelo Ministério da Educação (MEC) entre as cinco melhores universidades de ensino privado do Brasil, por 10 anos consecutivos, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) vem se destacando na área da pesquisa. Além disso, os estudos também se destacam como referência a nível internacional e no apoio na tomada de decisões de governos. Sendo a primeira universidade brasileira a ser um hub de referência de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, pesquisadores e alunos da instituição têm a possibilidade de intercâmbio científico mundo afora.
Em 2024, a Unisinos soma 113 projetos, com 225 pesquisadores e parceria com mais de 180 instituições de ensino em mais de 35 países, o que reforça o compromisso da instituição de ensino gaúcha com a pesquisa e a sociedade. Segundo a Diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Maura Corcini Lopes, por ser do Rio Grande do Sul, a comunidade escolar está engajada, desde setembro de 2023, com os eventos climáticos que atingem o Estado. Além de diversas ações que ainda estão sendo realizadas, a instituição serviu de abrigo para dois mil desabrigados em maio deste ano.
A Diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Maura Corcini Lopes, fala sobre o engajamento com a pesquisa por parte da instituição e o reflexo disso à sociedade como um todo, não só gaúcha. Confira:
Como o conteúdo produzido por pesquisadores da instituição tem colaborado para a tomada de decisões no cenário atual?
A universidade é sempre engajada na melhoria das condições de vida e na vida em qualquer forma de expressão e qualquer habitat. Água, terra e ar, ou seja, qualquer forma de vida interessa à universidade.Tudo aquilo que a Unisinos recebe de receita, ela investe no tripé ensino, pesquisa e extensão. Em laboratórios, melhorias na universidade, bolsas e auxílio aos alunos para que eles possam fazer seus processos formativos com qualidade.
Nesse sentido, a universidade tem um forte engajamento à vida social, por isso, temos agido junto a órgãos públicos para construir políticas públicas, subsidiá-las, construindo ações de curto, médio e longo prazo, visando a segurança da população. Diante da possibilidade de pandemias ou de grandes calamidades, temos o compromisso forte com a vida.
E quais as principais pesquisas desenvolvidas no último ano dentro da Unisinos?
O último ano foi marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que viraram o foco. As de setembro e novembro de 2023 e, agora, em maio de 2024. Nós fizemos diversas pesquisas e ações em relação a isso, como a criação, pelos cursos de Computação e Administração, da plataforma Consolida RS, em parceria com outros colegas, a qual reúne informações completas sobre essas tragédias no Estado. Ao fazermos isso, nós conseguimos, junto a empresas parceiras da universidade, garantir não só o encontro de informações, mas a segurança de que as informações postas ali são verdadeiras. Então, facilitamos a busca de pessoas que ficaram perdidas, por exemplo. É uma plataforma que ajudou muito nesse período em que nós vivemos.
Contamos também com uma ação muito forte de participação da Escola de Direito na construção de políticas públicas na área de direito ambiental. Professores e pesquisadores que participaram de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a PEC 44/2023 – que garante, na Constituição Federal, recursos para prevenção, mitigação, preparação e recuperação em desastres naturais –, propuseram emendas orçamentárias e deram subsídio para a discussão.
Realizamos pesquisas para a reconstrução, desde o conserto de eletrodomésticos e eletrônicos, recuperação de fotografias para salvar memórias, o cuidado com a saúde após o contato com a água contaminada até a inspeção técnica de construções atingidas pela água, se é seguro que elas sejam habitadas novamente. Importante destacar também os trabalhos da Cátedra Unesco Sérgio Vieira de Melo, que trabalha com o apoio à comunidade migrante e com os refugiados, entre outras ações que trabalham com a saúde e o bem-estar da população.
A Escola de Humanidades junto com a Escola Politécnica tiveram aprovados pela Petrobrás o projeto "Educação Socioambiental, mudanças climáticas e a formação humana", na área socioambiental, visando focar na educação e na sustentabilidade para o crescimento.
Quais os desafios para manter os programas de pós-graduação atraentes aos estudantes?
Uma boa avaliação dos programas requer investimento na pesquisa científica brasileira, ou seja, bolsas para alunos e pesquisadores, bolsas nacionais e internacionais, horas de pesquisas para pesquisadores e professores, infraestrutura atualizada e de qualidade para realização da pesquisa, ambiente estável e tranquilo de trabalho, possibilidade de intercâmbios entre alunos e professores no Brasil e no mundo. Tudo requer tempo e investimento financeiro, cujos resultados são de médio a longo prazo, mas que gerarão desenvolvimento científico e tecnológico para um país. As universidades realizam esses investimentos com recursos próprios ou com recursos públicos, por meio de bolsas, federais ou estaduais.
Atualmente, as universidades enfrentam ainda o desafio da atração de jovens para pesquisa e para a pós-graduação, bem como a retenção dos mesmos. O maior investimento nas pesquisas, seja por meio de bolsas ou por meio de projetos, contribui para atração dos jovens e prestígio do ambiente acadêmico-científico como mercado de trabalho promissor, a exemplo de países europeus e norte-americanos.
Os institutos tecnológicos também se destacam na Unisinos, com mais de 350 pesquisadores envolvidos. Podes falar um pouco sobre os trabalhos desenvolvidos nestas propostas?
Os institutos tecnológicos estão alinhados aos sistemas nacional e estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação e reforçam o foco estratégico da Unisinos de desenvolver soluções tecnológicas e científicas para empresas e indústrias. Atualmente, são cinco institutos atuando, que produzem anualmente 480 projetos de pesquisa, envolvendo cerca de 350 pesquisadores. Esses institutos são estruturados com equipamentos de alta tecnologia e trabalham como parceiros de organizações, contribuindo para a competitividade e a sustentabilidade do Rio Grande do Sul e do Brasil. Como exemplo, temos o Instituto Tecnológico em Semicondutores, em Ensaios e Segurança Funcional, em Alimentos para Saúde, de Paleoceanografia e Mudanças Climáticas e em Desempenho e Construção Civil.