A desinformação marca presença na história da humanidade. Desde a idade antiga, boatos, lendas urbanas, campanhas falsas de difamação e até teorias da conspiração causam revolta, pânico e insegurança por onde passam. A diferença em comparação com o contexto atual é que a disseminação da existência de criaturas místicas e monstros horríveis não estava a um clique de distância.
– O que acontece na era digital é que os mecanismos disponíveis potencializam a propagação de conteúdos, entre eles, a desinformação. Muito disso está relacionado ao modelo de negócio das próprias redes sociais, que favorece esse tipo de publicação que se apoia em mensagens apelativas e se aproveita de emoções e convicções dos usuários para mobilizá-los – diz a jornalista e professora da Escola da Indústria Criativa da Unisinos, Taís Seibt.
Nessa estrutura, quanto mais reações essas publicações têm, mais os algoritmos das plataformas vão julgá-las como valiosas e entregar para mais pessoas. Foi nesse cenário que as chamadas fake news conquistaram seu espaço, colocando em risco não mais os reinos antigos, mas toda a democracia mundial.
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Ameaça real
Professor da Escola de Direito da Unisinos, Lenio Streck destaca que chegou o momento em que as pessoas devem se questionar se as redes sociais são compatíveis com a democracia.
– Quando sua representação fica viciada por narrativas falsas, a democracia entra em colapso. As fake news se alimentam do negacionismo em vários aspectos, do político ao econômico, do moral ao científico. E o que sustenta esse universo é uma espécie de niilismo. Não existem fatos, há apenas uma falsa interpretação deles – explica o professor.
O cenário mundial tem protagonizado um debate público extremamente poluído nas mais variadas esferas. De acordo com Taís, quando esse contexto é contaminado com desinformação, há muito prejuízo, pois as discussões passam a ser pautadas por convicções e opiniões, favorecendo a polarização. Ela destaca, ainda, que discursos autoritários se valem muito desse ambiente, mas o autoritarismo nada tem a ver com democracia.
No Brasil, já existem programas em andamento e ações pontuais promovidas por órgãos e instâncias como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, ainda não há nenhuma política pública mais ampla de enfrentamento à desinformação.
– Isso porque não se trata somente de legislação ou checagem de fatos. É preciso trabalhar em educação midiática e cívica, na regulação das plataformas, entre vários outros pontos. Esse é um tema complexo e que exige múltiplas frentes de atuação – explica a professora da Escola da Indústria Criativa da Unisinos.
Assunto em pauta
Uma das principais características da Unisinos é seu posicionamento como um lugar de fomento ao debate democrático e de estímulo à transdisciplinaridade. A universidade é lar de uma série de iniciativas que inspiram o debate público e embasado, dialogando com diferentes pontos de vista.
A Escola da Indústria Criativa, por exemplo, trabalha com as questões de cultura, tecnologia e inovação. Todas elas sempre permeadas por criatividade e diversidade.
– Quando eu uno, por exemplo, professores de comunicação aos de design e adiciono a perspectiva da linguística, consigo ter um resultado diferente de uma metodologia que tem foco exclusivo. A Escola da Indústria Criativa da universidade articula essas áreas e constrói, a partir das diferenças, a inovação, tendo como eixo principal a arte e a cultura – afirma o decano da Escola da Indústria Criativa da Unisinos, Gustavo Borba.
A partir disso, a instituição também se preocupa em fomentar atividades com uma lógica de extensão universitária, colocando o aluno em contato com a comunidade e outras realidades. Afinal, de acordo com Borba, toda pessoa que se forma com o olhar para o coletivo, se forma com uma perspectiva de transformação da sociedade.
Tradição na Unisinos, o lócus privilegiado desse esforço de transformação é a Escola de Direito. Fundada há mais de 50 anos, sempre esteve comprometida com o estado de direito, a democracia e a liberdade.
– A Escola é um ecossistema que acompanha a evolução do Direito em todas as suas esferas, desde a graduação, em São Leopoldo e Porto Alegre, até os cursos de extensão, especialização, mestrado e doutorado, a fim de que possamos construir uma república autêntica, verdadeira e democrática – diz o decano da Escola de Direito da Unisinos, Miguel Tedesco Wedy.
A universidade, o curso de Direito tem nota máxima pelo MEC e com Selo OAB Recomenda. Na pós-graduação, o programa de mestrado e doutorado acadêmico também está entre os cinco melhores do Brasil.
– A estabilidade e o progresso de um país dependem da qualidade das suas instituições. Portanto, a ideia da Escola de formar juristas capazes de refletir, pesquisar, debater, proteger e aperfeiçoar os espaços democráticos é essencial. Ainda mais em um contexto de fake news e ameaça à democracia – aponta Wedy.
Conheça os diferenciais da Escola de Direito da Unisinos
Informação é tudo
“Que Amanhã é Esse?” é o videocast produzido pela Unisinos e apresentado pela historiadora e influenciadora digital Debora Salvi. A cada episódio, a produção foca a expertise de uma das Escolas da universidade, trazendo professores para um bate-papo. Em junho, Taís Seibt esteve no programa de estreia e Lenio Streck no de número 2, para falar sobre defesa da democracia e fake news.
Os episódios “Qual é o papel do ser humano no mercado de trabalho do futuro?” (Escola de Gestão e Negócios), “Qual é o valor da formação universitária?” (Escola de Humanidades), “Nossas metas são suficientes para frear as mudanças climáticas?” (Escola Politécnica) e “Por que falamos mais em remédio do que em prevenção?” (Escola de Saúde) completam a primeira temporada. Todos estão disponíveis no canal da Unisinos no YouTube.
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