A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é a sexta universidade da América Latina com maior sustentabilidade e impacto social, de acordo com o QS World University Rankings: Sustainability 2023, divulgado na manhã desta quarta-feira (26).
A Quacquarelli Symonds (QS) é uma empresa britânica especializada na análise de instituições de Ensino Superior de todo o mundo. Anualmente, divulga rankings avaliando faculdades segundo diferentes indicadores. O ano é 2023 porque o objetivo é servir de guia para estudantes escolherem seu local de estudos para o ano que vem.
Neste ano, a consultoria criou um novo levantamento, agora focado em sustentabilidade e impacto social. A ideia era entender como as melhores universidades do mundo implementam práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês). Mais de 700 universidades do mundo todo foram avaliadas.
Na América Latina, o primeiro lugar ficou com a Universidade de São Paulo (USP). Em seguida, vieram Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), Pontifícia Universidade Católica do Chile, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), UFRGS, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tecnológico de Monterrey e Universidade Nacional da Colômbia.
No ranking internacional, a UFRGS ficou entre as posições 241 e 260, além da sexta posição entre as instituições latino-americanas. Apenas outra instituição gaúcha figurou no ranking mundial: a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), entre as posições 501 e 550 e na 23ª na América Latina.
No mundo, os primeiros lugares ficaram com Universidade de Califórnia, Berkeley (Estados Unidos), Universidade de Toronto (Canadá), Universidade de British Columbia (Canadá), Universidade de Edimburgo (Escócia), Universidade de New South Wales (Austrália) e Universidade de Sidney (Austrália).
Oito indicadores de sustentabilidade e impacto social foram levados em conta: instituições com estratégias sustentáveis, cursos com foco sustentável, pesquisa em sustentabilidade, igualdade entre alunos, intercâmbio de conhecimento, impacto das pesquisas, empregabilidade e qualidade de vida no campus.
A QS valorizou mais se as pesquisas geram impacto social e se egressos das universidade trabalham em carreiras sustentáveis do que em questões de infraestrutura, como energia renovável e reciclagem do lixo dentro das instituições.
Destaque
O reitor da UFRGS, Carlos André Bulhões, destaca que a instituição ficou em primeiro lugar entre todas as federais brasileiras (outras universidades em melhor posição são estaduais) e que o resultado reflete um trabalho de anos.
— Hoje, temos 7 mil disciplinas de graduação e cerca de 700 têm conteúdo de sustentabilidade. Associado a isso, hoje se fala em ESG. Se partirmos dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, um deles fala sobre a governança. 100% do esgoto do campus do Vale e do campus Agronomia está ligado a um cano do Dmae, realizamos a obra de engenharia para fazer a ligação — cita.
Bulhões ainda diz que assinou, na quarta-feira, convênio no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, para recolocar a UFRGS em um programa de responsabilidade socioambiental do governo federal — a instituição participara de 2009 a 2011.
— Há um mês, criamos uma comissão de sustentabilidade para inserir conceitos de sustentabilidade no financeiro, no RH, nas obras e no patrimônio artístico e cultural da UFRGS — observa.