Uma pesquisa realizada pela Associação de Escolas Privadas de Educação Infantil do Rio Grande do Sul e respondida por mais de 8 mil famílias da Capital e Região Metropolitana registrou que 97% das famílias afirmam que necessitam que seus filhos continuem frequentando diariamente a escola para poderem trabalhar. Conforme a associação, caso o modelo de distanciamento do governo do Estado seja aplicado na íntegra, "crianças inocentes terão de pagar a conta por aglomerações causadas fora das escolas, privando-as do ensino presencial".
"Da mesma forma, a interrupção das aulas neste momento causará um retrocesso em todo processo de adaptação das crianças da primeira infância, o que pode vir a provocar sérios problemas emocionais", diz a entidade, em nota divulgada neste final de semana.
As aulas em escolas públicas, privadas e no Ensino Superior ficarão suspensas nas 11 regiões em bandeira preta no Estado a partir da próxima terça-feira (23), segundo a regra do distanciamento controlado devido à pandemia de coronavírus. A recomendação do governo gaúcho, no entanto, é de que a suspensão já ocorra na segunda-feira (22), quando muitas escolas estariam retornando às aulas.
De acordo com a Associação de Escolas Privadas de Educação Infantil do Rio Grande do Sul, nos 140 dias de retorno às aulas presenciais, foi possível comprovar que as salas de aula não são o foco de transmissão acelerada dos casos da covid-19. Pelo contrário: a entidade sustenta que menos de 1% das crianças que frequentaram as escolas infantis em Porto Alegre foram positivadas. Além disso, destacou a entidade, as instituições de ensino estariam promovendo um alento tanto às crianças quanto aos pais que necessitam principalmente da Educação Infantil para trabalharem com tranquilidade.
"Foram sete meses de confinamento e agora que puderam ser acolhidas com carinho não só por seus professores, mas também por seus pares, não seria justo interromper todo este processo novamente. O ideal é seguir o modelo europeu, que mesmo em lockdown evitaram fechar as escolas", afirma a associação.
A pesquisa apontou ainda que 99,5% dos pais informam que os protocolos adotados pelas escolas passam segurança, e 97,2% alegam que seus filhos não foram contaminados com o coronavírus.