As mensalidades das escolas privadas gaúchas terão reajuste médio de 3,5% em 2021. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS), após pesquisa junto às instituições da Educação Básica associadas.
O percentual deve ficar abaixo da inflação oficial do país para 2020, ano-base para a correção. Isso porque o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tende a terminar o ano com alta de 4,21% segundo o relatório Focus, do Banco Central.
De acordo com o sindicato, o reajuste em 2021 não será suficiente para absorver a elevação dos custos das instituições de ensino. Segundo levantamento do Sinepe-RS, as escolas esperam aumento médio de 7,1% nos custos ao longo do próximo ano.
- Estamos vivendo um contexto em que a economista está retraída. As escolas certamente estão cortando investimentos previstos e estão fazendo adequações dos custos, entendendo qu eas famílias não teriam condições de suportar um reajuste maior - aponta Bruno Eizerik, presidente do Sinepe-RS.
Já em 2020, as despesas subiram 8,5% acima da previsão orçamentária de quase metade dos estabelecimentos. No início do ano, a expectativa era de incremento de 7%.
O investimento em tecnologia e adaptações para viabilizar o ensino remoto durante a pandemia de coronavírus foram as despesas que mais pesaram para as escolas, de acordo com o sindicato. Além disso, adequação ao PPCI, custos com pessoal e infraestrutura também tiveram preço elevado.
Eizerik lembra que as escolas concederam descontos às famílias durante o período em que as atividades foram paralisadas ou mantidas a distância. No entanto, a maioria das instituições já voltou a praticar os valores anteriores e, segundo o dirigente, não há margem para a manutenção das mensalidades reduzidas.
A avaliação é de que os custos seguirão pressionados para 2021. Neste contexto, uma das principais preocupações está em relação ao preço dos aluguéis, que deverá afetar diversas empresas do setor. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que baliza as locações, acumula alta de 24,25% na soma dos últimos 12 meses.
Despesas
Para o consumidor, o reajuste das mensalidades é mais um a ser administrado. Nos últimos meses, alimentos, aluguéis, combustíveis e luz foram alguns dos itens a sofrerem reajustes significativos. Em meio a esse cenário, muitas famílias veem o orçamento ficar cada vez mais apertado.
O educador financeiro Adriano Severo salienta que é importante ter o controle das despesas para saber onde é possível eliminar ou renegociar gastos.
– Assim, a pessoa irá entender o que está aumentando e que está impactando mais o seu orçamento. Depois, a saída pode ser negociar mostrando sua realidade e que aquele aumento pode ser inviável – salienta Severo.
No caso das despesas escolares, caso não seja possível renegociar a mensalidade, o educador financeiro lembra que uma alternativa para mães e pais pode ser ajustar o orçamento para a compra do material para o ano letivo dos filhos. Comparar preços e pesquisar até mesmo por livros e outros itens usados, mas em bom estado de conservação, podem resultar em economia e até compensar o reajuste da mensalidade da escola.