A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, solicitando que a abertura do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seja suspensa até que as falhas na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 estejam solucionadas. As informações são do Estadão.
O pedido foi feito na noite desta segunda-feira (20), após o ministro afirmar que identificou o erro em 6 mil provas e que o início das inscrições no Sisu está mantido para esta terça-feira (21). Weintraub prorrogou, porém, o prazo final para se candidatar pelo sistema, que passou de sexta-feira (24) para domingo (26).
Conforme apuração do Estadão, a procuradoria fez o pedido em busca de evitar que as "inconsistências na correção do Enem, já admitidas pelo MEC (Ministério da Educação), venham a prejudicar milhares de estudantes" que tentam uma vaga em universidades e institutos federais pelo sistema. O Sisu utiliza resultados do Enem para o acesso dos estudantes a instituições públicas de Ensino Superior de todo país e até mesmo do exterior.
Além da suspensão, a procuradoria também solicitou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, que informe em até 24 horas o que provocou a falha na correção das provas.
O motivo do erro
No exame, são feitas quatro provas distintas, com cores diferentes, e cada uma delas tem um gabarito. A falha deste ano consiste na incompatibilidade de identificação do candidato e da respectiva cor da prova feita por ele. Os arquivos teriam chegado ao Inep com divergência, ou seja, o aluno fez a prova de uma cor, mas a nota foi corrigida com base no gabarito de outro teste.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (20), o ministro da Educação disse que a falha ocorreu devido a uma falha mecânica da máquina impressora. Em determinados momentos, ela "engasgava" e isso causava o descolamento da prova com seu devido gabarito. Na entrevista, ele afirmou que os erros estão restritos a quatro cidades de Minas Gerais.
Outro erro identificado foi na aplicação da prova em si. Problemas referentes ao uso de um cartão de resposta reserva durante o exame, por exemplo, foram identificados durante a força-tarefa realizada desde sábado (18) pelo governo. A quantidade de estudantes afetados por esses problemas de aplicação é pequena, de cerca de 20 casos — eles também tiveram notas alteradas.