Parte das professoras de escolas de educação infantil administradas por instituições conveniadas com a prefeitura de Caxias recebeu os salários de novembro descontados por conta da greve que começou no dia 27 de novembro e terminou nesta segunda-feira (4). Em reação à medida, um grupo de educadoras realizou uma manifestação na Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira (6).
Após a manifestação, as educadoras se reuniram na Sala das Comissões Geni Peteffi para definir os próximos passos do movimento. Elas prometeram entrar com representação no Ministério Público nesta quarta para pedir o ressarcimento do valor descontado. Segundo uma das manifestantes, as profissionais afetadas tiveram desconto de R$ 600 a R$ 770 pelos dias parados. Também há relatos de ameaças por parte das coordenadoras de algumas escolas.
O grupo também garante que a greve continua já que não foi realizada uma assembleia para decidir pelo encerramento. Como o Senalba, sindicato que representa a categoria, se retirou da paralisação, as educadoras elegeram uma comissão para representar o movimento, que também é contrário à proposta apresentada na segunda-feira pelo prefeito Daniel Guerra (PRB).
Entre as atribuições dessa comissão está tentar obter novamente o apoio do Senalba. Caso não haja sucesso, o grupo pretende buscar a representação do sindicato estadual da categoria. Uma assembleia para discutir a greve está marcada para as 19h desta quinta-feira.
A redução dos salários atingiu as educadoras das instituições que rodam a folha de pagamento entre o dia 1º e o último dia do mês anterior. É o caso, por exemplo, das professoras e auxiliares da Educaritá. Duas das sete escolas administradas pela instituição estavam fechadas na manhã desta quarta-feira (6).
Uma funcionária da instituição confirmou os descontos e disse que a decisão foi tomada a partir de uma orientação, mas não explicou de quem partiu a determinação. Outra instituição que descontou os salários foi a Simon Lundgreen, com a qual GaúchaZH não conseguiu contato.
A reportagem também procurou as outras quatro organizações que prestam o serviço em Caxias. A Jardelino Ramos, que administra 25 das 45 escolas, informou que todas as unidades abriram normalmente nesta manhã, mas parte dos professores não trabalhou. O GaúchaZH não conseguiu contato com o presidente para confirmar se houve orientação para desconto dos dias de greve.
A Associação Tia Gema, que administra uma escola, roda a folha no dia 20. Os salários, portanto, não vieram descontados porque a greve começou no dia 27.
A São Caetano também administra uma escola e roda a folha no dia 20. As educadoras decidiram não fazer greve neste momento, mas devem participar de assembleia marcada para esta quinta-feira. Já a Sociedade Espírita Árvore da Vida São Francisco de Assis não foi localizada.
O GaúchaZH entrou em contato com a Secretaria de Educação de Caxias do Sul, e até as 13h30min aguardava retorno. O presidente do Senalba, Alceu Adelar Hoffmann, também foi procurado, mas não foi localizado.