O governo estadual deu início, nesta quinta-feira (7), ao pagamento da segunda parcela de R$ 1,5 mil a microempreendedores individuais afetados pela enchente de maio no Rio Grande do Sul. O recurso vai beneficiar inicialmente 724 pessoas que concluíram a consultoria de qualificação profissional oferecida gratuitamente por meio de uma parceria do Piratini com a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) — processo obrigatório para ter direito a esse segundo repasse.
No momento, são cerca de 8 mil empreendedores que poderão ter direito ao valor assim que concluírem o curso remoto de nove horas de duração, mas este número pode aumentar até a data-limite para participar do programa MEI RS Calamidades, em 30 de novembro.
A formação também dá acesso a um financiamento de R$ 3 mil sem juros, com carência de um ano e 60 meses para pagar.
O anúncio formal da liberação dos pagamentos foi feito durante uma cerimônia simbólica de entrega dos primeiros certificados de conclusão do curso realizada no teatro do prédio 40 da PUCRS, em Porto Alegre.
Com a presença do governador Eduardo Leite e do secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, seis MEIs receberam os documentos em nome de todos os participantes.
O pagamento seria viabilizado de forma automática aos beneficiados por meio da rede do Banrisul, instituição também representada no evento pelo presidente, Fernando Lemos.
Leite aproveitou a oportunidade para se dirigir diretamente aos microempreendedores:
— São vocês que dizem, "vamos lá, vamos recomeçar porque a vida tem que seguir em frente". São vocês que estão ajudando o Rio Grande e me dando uma enorme ajuda como governador. Tudo o que eu posso fazer é retribuir isso com muito trabalho, mobilizando a nossa equipe e entregando para vocês os instrumentos para que vocês façam a diferença. Esse programa não resolve a vida de cada um, mas estende a mão e dá uma alavanca para que vocês saibam que não estão sozinhos.
A costureira Isabel Hahn, 46 anos, de Igrejinha, vai utilizar o recurso para arrumar um computador que estragou e comprar material de costura — já que perdeu todos os insumos durante a cheia que também a obrigou a ficar 10 dias fora de casa.
— Além do dinheiro, que sempre ajuda, foi muito bom receber lições de marketing e gestão financeira — conta Isabel.
Há um total de R$ 33 milhões disponíveis na segunda etapa do programa para os 22 mil MEIs que foram atingidos pela cheia no Estado, desde que passem pela consultoria. Até o momento, foram desembolsados cerca de R$ 1,1 milhão.
Conforme Sossella, a exigência do curso de qualificação para receber a parcela complementar de R$ 1,5 mil foi uma forma encontrada para aumentar a sobrevida dos pequenos empreendimentos.
— O Estado tem hoje cerca de 810 mil MEIs, mas 18% das pequenas empresas deixam de existir ainda no primeiro ano. Essa é uma forma de apoiar os pequenos, para que um dia possam ser grandes. Ninguém nasce grande — afirmou o secretário.
Como se beneficiar do programa
- Foram mapeados 22 mil MEIs localizados na mancha de inundação provocada pela enchente. Em uma primeira etapa, eles receberam R$ 1,5 mil oriundos de doações via Pix ao Piratini. Desses, 5,6 mil ainda não sacaram o benefício. O empreendedor pode verificar se tem direito ao valor neste site e clicando no link do programa ou acessando diretamente essa ferramenta. O pagamento é feito pelo cartão SOS Rio Grande do Sul, por meio de poupança social da Caixa Econômica Federal (CEF).
- Na segunda fase, é possível se cadastrar para receber uma consultoria gratuita destinada a qualificar os empreendimentos por meio de noções de plano de negócios, marketing, vendas, gestão de custos e formação de preços. A inscrição pode ser feita neste site. A conclusão dá direito a mais uma parcela de R$ 1,5 mil via Banrisul. O banco oferece ainda um pacote de serviços incluindo taxas diferenciadas e maquininha de cartão de crédito, entre outras facilidades. As inscrições seguem até 30 de novembro.
- Quem tiver passado pela segunda fase também pode acessar um financiamento de R$ 3 mil via Banrisul, com juros subsidiados pelo governo, um ano de carência e 60 meses para pagar.
- Mais informações neste site.