Desde que o Rio Grande do Sul foi atingido pela enchente de maio, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mobilizou R$ 9,7 bilhões para as empresas gaúchas que foram impactadas pela tragédia climática. A soma engloba o resultado de três ações do banco: disponibilização de crédito em condições especiais, utilização de garantias em fundo próprio para alavancagem de crédito e suspensão de pagamentos.
A principal ação é o BNDES Emergencial. O programa traz três linhas distintas para a contratação de crédito em condições especiais, que somam R$ 15 bilhões disponíveis. O Painel da Reconstrução, desenvolvimento pelo Grupo RBS, acompanha essas ações.
Até o momento, R$ 6,3 bilhões em crédito já foram contratados dentro do programa. A linha mais demandada continua sendo a específica para capital de giro, com R$ 5,2 bilhões aprovados.
A segunda ação do BNDES para apoiar as empresas gaúchas é a utilização das garantias do Fundo Garantidor para Investimentos do banco para o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC). O FGI PEAC é um programa de garantia que reduz o risco da inadimplência para as instituições financeiras concedentes do crédito, já que, com a garantia oferecida, as instituições se sentem mais seguras para emprestar, ampliando o acesso a crédito. Em cerca de duas mil operações para as empresas gaúchas atingidas pela enchente, as garantias do programa alavancaram R$ 1,67 bilhão em crédito.
Já a terceira ação realizada pelo banco nacional de desenvolvimento foi a suspensão de pagamentos. Ainda no final de maio, o BNDES anunciou a suspensão, por 12 meses, do pagamento de dívidas de empresas e produtores rurais do Rio Grande do Sul.
A suspensão completa do pagamento (juros e principal), também conhecida por standstill, de dívidas de empresas e produtores rurais, beneficia aqueles que estão em municípios gaúchos em situação de emergência ou em estado de calamidade pública. Até o momento, foram suspensos os pagamentos de 33,3 mil operações, somando valor de R$ 1,6 bilhão.
— Os dados reforçam o compromisso do BNDES com a reconstrução das empresas e da economia do Estado — afirma o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.
Além das ações de emergência para o Rio Grande do Sul, o BNDES aprovou R$ 4,8 bilhões em crédito para empresas do Estado no primeiro semestre de 2024, valor 17,8% superior ao do mesmo período de 2023. Nos seis primeiros meses do ano, a instituição também ampliou os desembolsos, valores que efetivamente são dispensados pelo banco, para R$ 4,1 bilhões, com crescimento de 11,3% em relação a 2023.
As aprovações incluem R$ 1,96 bilhão para a agropecuária (R$ 1,81 bilhão em 2023), R$ 780 milhões para infraestrutura (R$ 620 milhões em 2023), R$ 1,18 bilhão para a indústria (R$ 1,03 bilhão em 2023) e R$ 890 milhões para o setor de comércio e serviços (R$ 680 milhões no mesmo período do ano passado). As aprovações de crédito para micro, pequenas e médias empresas somaram ainda R$ 3,47 bilhões, aumento de 23,2% em relação a 2023.
— O BNDES tem como missão promover o desenvolvimento econômico e social em todas as regiões do país. No governo do presidente Lula, nossa atuação objetiva fortalecer as empresas com a ampliação do acesso ao crédito e, com isso, gerar empregos cada vez mais qualificados e renda — complementa Mercadante.
Dados nacionais
No primeiro semestre, em todo o país, as aprovações de crédito no BNDES superaram as marcas dos últimos seis anos. As operações somaram R$ 66,5 bilhões, registrando crescimento de 83% em relação ao mesmo período de 2023.
As contratações impactaram diversos setores da economia, incluindo R$ 14,2 bilhões para a agropecuária (R$ 10,8 bilhões em 2023), R$ 11,4 bilhões ao setor de comércio e serviços (R$ 6,7 bilhões em 2023), R$ 14,5 bilhões para a indústria (R$ 8 bilhões em 2023) e R$ 26,3 bilhões para infraestrutura (R$ 10,7 bilhões em 2023).
As aprovações de crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) somaram R$ 29,3 bilhões, em comparação aos R$ 19,1 bilhões do primeiro semestre de 2023, tendo aumento de 53,2%.