O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deu novas mostras de que não deve seguir mais a atual política de preços de paridade de importação para combustíveis, o chamado PPI.
A investidores em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2022, nesta quinta-feira (2), ele disse que o "alinhamento ao PPI é o melhor para os competidores da estatal, mas não necessariamente para a própria companhia".
— Não existe bala de prata, não existe um único preço de referência para o Brasil todo. O PPI é uma abstração, virou um dogma, tudo é PPI. O mercado brasileiro é diferente, é diverso —, disse.
De fato, quando a Petrobras se alinha à paridade de importação, abre espaço para outros agentes de mercado importarem cargas do exterior, o que é considerado estratégico por especialistas, sobretudo no caso do diesel, em que 20% a 30% do volume consumido no país vem do exterior.
Sem dar detalhes, Prates afirmou que, sob sua gestão, a empresa vai buscar praticar o "melhor preço doméstico" para combustíveis, diferentes portanto do PPI.
— Devemos usar a nossa competitividade, nossas refinarias, nossa logística doméstica, o fato de ser a empresa líder no país, não monopolista, para buscar esse melhor preço. Vamos voltar a praticar o melhor preço doméstico para os nosso produtos usando todas as ferramentas para nos tornar atrativos para os nossos clientes — completou.
Prates ressaltou que a companhia vai continuar acompanhando as oscilações do mercado internacional:
— Não seguir o PPI não quer dizer que a Petrobras vai se afastar da referência internacional. A companhia vai praticar o preço do mercado em que estiver atuando — disse.