O setor de serviços avançou no Rio Grande do Sul em abril, com um volume 1% maior do que o desempenho de março. O avanço foi maior do que o nacional, que cresceu 0,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da alta, o setor permanece abaixo do nível de atividade pré-pandemia. Ou seja, não recuperou todas as perdas da crise. Se considerada a variação entre fevereiro do ano passado (antes da pandemia) e abril deste ano, verifica-se um índice 7,9% menor.
O crescimento de abril, na verdade, reforça uma tendência de estagnação — nos últimos seis meses, houve uma alternância entre aumentos e quedas no setor gaúcho de serviços. No quadrimestre, fevereiro teve a maior alta (2,2%), seguido de redução de 1,9% em março.
— Apesar da elevação, não conseguimos devolver a queda de março. O setor não deslancha, não consegue gerar um crescimento sustentado — avalia Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
Sobre abril de 2020, logo após o começo da pandemia, houve avanço de 26,1%. O dado precisa ser analisado com cautela, já que está sendo comparado com um período em que o Estado enfrentava restrições drásticas, com o fechamento de muitas atividades.
O maior crescimento, de 127,1%, foi verificado nos serviços prestados às famílias, envolvendo segmentos como os de hotéis e restaurantes, que precisaram parar em abril do ano passado. Os serviços de informação e comunicação cresceram 1,6%, enquanto os profissionais, administrativos e complementares avançaram 29,8%. Também houve expansão nos serviços de transportes, auxiliares aos transportes e correio, no qual a alta foi de 46,7%.
No acumulado do primeiro quadrimestre do ano no RS, há um crescimento de 1,5%, inferior ao nacional, de 3,7%.
Segundo Frank, o horizonte para os meses seguintes é incerto, mesmo levando em conta que o Estado está com menos restrições nas atividades e com avanço na vacinação.
— Acredito que, no curto prazo, tenhamos alguma dificuldade em ver o setor retomando. Uma melhora mais significativa vai estar atrelada à resolução da questão sanitária — avalia.