O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (20) a abertura de um ação judicial antitruste contra a Google, acusada de adotar práticas ilegais para manter o monopólio dos mecanismos de busca no país. O processo foi protocolado na Corte Distrital de Washington.
O caso marca o maior desafio legal dos EUA contra uma companhia dominante do setor de tecnologia em duas décadas, e tem potencial de abalar o Vale do Silício. Em comunicado, o órgão alega que a gigante de tecnologia responde por quase 90% das pesquisas online no país e exerce condutas anticompetitivas para garantir o controle do mercado.
Entre as alegações, o DoJ cita a proibição de que usuários do sistema operacional Android deletem o aplicativo de buscas de seus aparelhos, além de parcerias firmadas com a Apple para que a plataforma tenha exclusividade no navegador Safari.
Para o departamento, as ações da Google têm afeito prejudicial sobre a concorrência e consumidores, reduzem a qualidade no setor e forçam anunciantes a pagarem mais do que o necessário.
— Esse processo atinge o cerne do controle da Google sobre a internet para milhões de consumidores, anunciantes, pequenas empresas e empresários americanos em dívida com um monopolista ilegal — declarou o procurador-geral, William Barr.
Falhas na ação
A Alphabet, controladora da Google, chamou de "profundamente falho" o processo antitruste aberto pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. "As pessoas usam o Google porque escolhem — não porque são forçadas ou não encontram alternativas", argumentou a companhia, em publicação no Twitter.