O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou na tarde desta sexta-feira (5) que nenhum beneficiário do Bolsa Família foi prejudicado pela decisão do governo de transferir os recursos do programa para a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom). Ele lembrou que o governo decidiu prorrogar o auxílio emergencial por duas parcelas,"em princípio", e que, depois de a medida provisória que previa o pagamento permanente do 13º para o Bolsa Família caducar, o governo analisará o espaço orçamentário para essa proposta neste ano.
— O custo do 13º do Bolsa Família deve ser de cerca R$ 2,5 bilhões. Alocaremos recursos para pagamento do Bolsa Família conforme decisão política — completou.
Questionado do porquê da transferência de recursos do Bolsa Família para publicidade institucional, e não para ações relacionadas à covid-19, por exemplo, Rodrigues disse que o Ministério da Economia atende demandas setoriais e que o valor "é muito pequeno" em comparação aos mais de R$ 150 bilhões destinados ao combate da pandemia.
— Estamos alocando vários bilhões de reais em áreas associadas à covid-19 — completou.
Conforme portaria publicada na quinta-feira (4), o governo federal retirou R$ 83,9 milhões que seriam usados no programa Bolsa Família para destinar à Secom. A medida atinge os recursos previstos para a região Nordeste do país e o dinheiro será utilizado para comunicação institucional, ou seja, para fazer publicidade das ações da gestão de Jair Bolsonaro. O valor total destinado ao Bolsa Família no ano inteiro é de R$ 32,5 bilhões.