Após a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticar a fixação de um juro máximo para o cheque especial em 8%, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o objetivo não era tabelar preços, mas aperfeiçoar o mercado.
Segundo Campos Neto, a medida já estava em discussão com os bancos e foi altamente embasada em questões técnicas.
— Não há ingerência. Primeiro, (o cheque especial) é um produto altamente inelástico. Segundo, ele possui uma formação de preço muito desconectada ao custo marginal. E terceiro, há a questão de que quem paga mais é quem tem renda menor. Isso precisava melhorar — explicou Campos Neto.
Na semana passada, a Febraban havia criticado a medida do BC, afirmando que apesar de considerar as iniciativas positivas, se preocupa com a "adoção de limites oficiais e tabelamentos de preços de qualquer espécie".
"Medidas para eliminar custos e burocracia e estimular a concorrência são sempre mais adequadas aos interesses do mercado e dos consumidores", disse, em nota.
Campos Neto destacou, ainda, a importância em reduzir o custo da intermediação financeira e afirmou que o movimento de queda de juros já tem chegado ao consumidor.