O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio Grande do Sul, Vitor Augusto Koch, passou o dia evitando se pronunciar. Ele foi surpreendido por policiais civis em sua loja, em Três Coroas, na manhã desta sexta-feira (29). Os agentes fizeram apreensão de documentos e computadores, no contexto de uma investigação sobre desvios financeiros na entidade.
Koch é suspeito de arquitetar desvios de dinheiro da FCDL há mais de uma década. Pelo menos duas pessoas que trabalharam com ele detalharam esquema de repasses financeiros que teria beneficiado Koch e sua família.
O depoimento de Koch na Polícia Civil está agendado para segunda-feira (2 de dezembro).
Em rápida conversa com repórteres, ele negou tudo e disse que é vítima de opositores internos na federação (um dos que o acusa é o vice-presidente da entidade, Fernando Palaoro). Na tarde, ante os reiterados pedidos de entrevista feitos por GaúchaZH, ele emitiu nota, em nome da FCDL-RS, com esclarecimentos:
1 - Koch diz que as denúncias que ensejaram a operação policial ocorrida "tem forte cunho político, conforme atestam as diversas atas de reuniões no âmbito interno da entidade, da sua diretoria, do Conselho Fiscal e assembleias". Ele lembra que também foram ajuizadas ações judiciais e ocorrência policial por parte dele (presidente da FCDL) denunciando tentativa de extorsão, praticada por um dos denunciantes, diretor da entidade.
2 - Koch diz que inexiste irregularidade ou quaisquer desvios de recursos no âmbito da FCDL. Ele ressalta que suas contas foram aprovadas sem ressalvas pelo Conselho Fiscal, por uma auditoria independente, pela contabilidade e pelas assembleias, "das quais participaram os próprios denunciantes".
3 - O presidente da FCDL-RS afirma que a situação em que se vê envolvida a entidade decorre de um embate político "instaurado por aqueles que perderam o último pleito eleitoral, aliados a membros opositores da atual diretoria".
4 - Koch reitera que a FCDL-RS está em contato com as autoridades para tomar conhecimento dos fatos e do teor do inquérito policial para que possa prestar maiores esclarecimentos ao Movimento Lojista e para a sociedade gaúcha.
5 - Koch finaliza, informando que se coloca à inteira disposição da Polícia Civil, do Ministério Público, do Poder Judiciário, bem como de seus associados, para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.