
Ao assumir nesta terça-feira (2) a administração do Salgado Filho, a Fraport deu início a mudanças no visual do aeroporto. Placas de informações com o logo da companhia alemã e funcionários uniformizados com camisas azuis ilustraram o primeiro dia de atuação em Porto Alegre.
Vencedora de leilão realizado pelo governo federal em 2017, a empresa arrematou o Salgado Filho por R$ 382 milhões. O contrato de concessão tem validade de 25 anos, e há possibilidade de prorrogação por mais cinco.
Segundo a Fraport, que deverá ter auxílio da Infraero na administração pelo menos até março, a estimativa de investimento inicial em melhorias é de R$ 600 milhões. Enquanto as primeiras ações começam a decolar no local, há a expectativa por confirmação de obras, como a ampliação da pista em 920 metros, para que a estrutura chegue a 3,2 quilômetros.
O prazo para conclusão da extensão é de 52 meses. Um dos entraves para os trabalhos reside nas incertezas que cercam a remoção de famílias que vivem na Vila Nazaré, tarefa a cargo do Departamento Municipal de Habitação.
– A Fraport é uma das empresas mais experientes do mundo em administração de aeroportos. A ampliação da pista é prioritária. Pode trazer benefícios para o transporte de cargas e permitir que aviões mais espaçosos pousem no Salgado Filho – avalia o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Claudio Candiota Filho.
A companhia alemã também projeta avanços como mudanças no sistema de drenagem da pista, construção de estacionamento com 1,7 mil vagas e evolução no sinal de wi-fi do terminal.
– Nunca encontrei grandes dificuldades aqui no aeroporto. Só tive pequenos problemas com o sinal de internet. Se houver algum avanço nesse sentido, melhor – diz o contador gaúcho Hélio Junior Bandeira, 28 anos, que esteve no Salgado Filho para retornar ao Paraná após passar o fim de ano com a família no Litoral Norte.
Morador de Porto Alegre, Luiz Tegon, 46 anos, também foi até o aeroporto nesta terça-feira. Ao analisar a troca de comando no Salgado Filho, o administrador carioca manifestou o desejo de que sejam confirmadas melhorias na estrutura dos banheiros do local – outra promessa da Fraport.
– Também sinto falta de maior variedade de serviços aqui. Às vezes, a retirada das malas é demorada. O lado bom do aeroporto é a proximidade do centro de Porto Alegre – pondera.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), João Augusto Machado, a experiência da Fraport – que administra aeroportos como o de Frankfurt, na Alemanha – poderá acelerar as "operações logísticas" no Salgado Filho, como o despacho e a retirada de bagagens. No Brasil, a empresa também passa a assumir o comando do terminal de Fortaleza, no Ceará.
– A expectativa é de que, com a chegada da Fraport, os serviços do nosso aeroporto melhorem – frisa Machado.
Uma das dúvidas relacionadas à troca de comando no Salgado Filho tem ligação com o futuro dos funcionários da Infraero que atuam no local. Questionada por GaúchaZH, a estatal declarou que apenas a Fraport poderá se manifestar sobre o assunto. A empresa alemã não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.
Obras pela frente
A Fraport arrematou o Aeroporto Internacional Salgado Filho por R$ 382 milhões em leilão em março de 2017.
A companhia também passa a administrar o aeroporto de Fortaleza, no Ceará.
O acordo de concessão do Salgado Filho é válido por 25 anos, com possibilidade de prorrogação de contrato por mais cinco.
A empresa alemã projeta investir R$ 600 milhões em obras no aeroporto gaúcho no período de 2018 a 2021. A estimativa é de que cerca de 90% dos recursos saiam dos cofres da companhia nos dois primeiros anos.
Um dos principais desafios é a ampliação da pista do Salgado Filho em 920 metros. O prazo para conclusão da extensão é de 52 meses (pouco mais de quatro anos).
A empresa também promete a construção de estacionamento, além de melhorias nos banheiros e no sinal de wi-fi do terminal.
Segundo a Fraport, os avanços poderão resultar em crescimento anual de 5% na movimentação de passageiros.