O governo federal arrecadou R$ 12,13 bilhões com o leilão de quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Com ágio médio de 9,73%, o leilão foi realizado nesta quarta-feira (17) na bolsa de valores de São Paulo.
O primeiro lote, da hidrelétrica de São Simão, em Goiás e Minas Gerais, foi arrematado pelo grupo SPIC Pacific Energy, dos chineses da State Power Investment Corp, por R$ 7,18 bilhões, o maior negócio do certame. O ágio foi de 6,51%.
A Engie venceu a disputa pelo segundo lote, referente à hidrelétrica Jaguara, em Minas Gerais e São Paulo. Os investidores ofereceram R$ 2,17 bilhões, e o ágio chegou a 13,59%. O Consórcio Engie também arrematou o terceiro lote, da hidrelétrica de Miranda, em Minas Gerais, por R$ 1,36 bilhão. O ágio foi de 22,42%.
O último lote, de Volta Grande, em Minas Gerais e São Paulo, foi arrematado pela Enel Brasil S.A., com ágio de 9,84% e valor de R$ 1,4 bilhão.
Todos os contratos têm prazo de 30 anos. O montante arrecadado será usado pelo governo para tentar fechar as contas deste ano, com o déficit previsto de R$ 159 bilhões.
Os vencedores ofertaram o maior valor de notificação pela outorga, respeitado o valor mínimo para cada usina.
Protesto
Do lado de fora, movimentos sindicais protestavam contra o pregão. Durante o certame, alguns manifestantes conseguiram entrar no prédio da bolsa e protestaram segurando cartazes contrários à privatização. Eles argumentam que o leilão entregará o patrimônio nacional para estrangeiros, o que implicará no aumento das contas de luz.
Temer e Meirelles comemoram resultado
O presidente Michel Temer usou as redes sociais para exaltar a realização do leilão. "Nós resgatamos definitivamente a confiança do mundo no Brasil. Leilão das usinas da Cemig rendeu R$12,13 bi, acima da expectativa do mercado", escreveu.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também analisou no Twitter o resultado da disputa. "O sucesso hoje no leilão das usinas de Volta Grande, São Simão, Jaguara e Miranda confirma a trajetória de recuperação da economia do País", afirmou o ministro. "As concessões das usinas irão representar mais investimentos para serviços com maior eficiência à população", completou.