Gestora de fundos de Porto Alegre, a Quantitas já tem alguns modelos de projeções apontando um avanço de 1% na economia brasileira em 2017. Por enquanto, a aposta de referência é avanço de 0,8%. Fica acima do último relatório Focus, do Banco Central, que apontou mediana de 0,6% de avanço.
A empresa argumenta que o comércio de bens voltou a surpreender positivamente o mercado, com o resultado de julho mostrando vendas estáveis em um nível mais elevado que os meses recentes. Havia expectativa de retração.
Além disso, a Quantitas considera que houve um crescimento robusto da produção industrial. Acredita que isso já sinaliza um PIB mais forte neste terceiro trimestre.
- O setor de serviços, por outro lado, ainda resiste em mostrar uma tendência mais clara de recuperação, com as receitas tendo queda em julho, mas este comportamento acabou sendo compensando pelos setores da indústria e comércio. - pondera Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas.
Para a taxa de juros, projeta corte de 0,75 ponto percentual. Será no fim de outubro a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Aposta em Selic de 6,5% no início de 2018, com o encerramento do ciclo de cortes de juros.
E a política?
Ambiente político segue conturbado por nova denúncia contra o presidente Michel Temer. O mercado financeiro, no entanto, não está sentindo grandes impactos.
- As evidências reais que trariam uma perspectiva mais forte de condenação não são vistas como robustas, de modo que não está sendo atribuído um risco elevado de uma mudança de governo que levasse a uma reorientação da política econômica. Contudo, o andar de reformas no Congresso ficará travado enquanto estes temas são tratados.