A produção industrial brasileira cresceu 0,5% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2016. De acordo com os números divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor também teve avanço de 0,5% em junho em relação ao igual mês do ano passado.
Apesar da melhora, o setor ainda acumula queda de 1,9% nos últimos 12 meses. Comparado a maio, incluindo o ajuste sazonal, o resultado da indústria no país se manteve estável em junho.
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A produção da indústria de bens de capital subiu 0,3% em junho ante maio. Na comparação com junho de 2016, o indicador mostrou avanço também de 0,3%. No ano, houve crescimento de 2,9% na produção de bens de capital, segundo o IBGE. No acumulado em 12 meses, a taxa ficou positiva em 1%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 1,1% na passagem de maio para junho. Na comparação com junho de 2016, houve redução de 0,6%. No ano, a produção de bens de consumo subiu 0,9%. No acumulado em 12 meses, entretanto, houve redução de 2,1%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de junho foi de queda de 6,0% ante maio, mas alta de 5,0% em relação a junho de 2016. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve redução na produção de 0,5% em junho ante maio, e queda de 1,8% na comparação com junho do ano passado.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve ligeira alta de 0,1% em junho ante maio. Em relação a junho do ano passado, houve aumento de 0,9%. No ano, os bens intermediários acumularam queda de 0,1%. Em 12 meses, houve redução de 2,1% na produção. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria apontou avanço de 0,8% em junho.
Indústria opera 18,2% abaixo do pico alcançado em junho de 2013
A indústria brasileira mostra desempenho melhor em 2017 do que o registrado nos dois anos anteriores, mas ainda opera 18,2% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo o IBGE.
– O resultado está longe de representar uma trajetória consistente de recuperação para o setor industrial. O patamar de produção ainda permanece operando em patamares distantes do ponto mais alto da sua série histórica – afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
O patamar de produção se assemelha ao de fevereiro de 2009, época da crise financeira internacional.
– Claro que esse distanciamento entre o patamar atual e o ponto mais alto já foi maior. Mas isso está longe de representar que a indústria, após esses resultados positivos da série, tenha configurado uma trajetória de recuperação mais consistente – explicou Macedo.
O pesquisador lembrou que, no primeiro semestre de 2017, a indústria ficou muito próxima da estabilidade por três meses (0,0% em janeiro; 0,1% em fevereiro e 0,0% em junho), recuou mais intensamente em março (-1,9%) e teve expansão em duas ocasiões (1,3% em abril e 1,2% em maio).