Assim como os indicadores de atividade da economia, os principais índices que servem para monitorar a situação do emprego no Rio Grande do Sul e no país apontam para a estabilização do quadro. Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a taxa nacional de desemprego encerrou o trimestre de março a maio em 13,3%. No período de fevereiro a abril, estava em 13,6% e, nos três meses anteriores até março, 13,7%.
Na região metropolitana de Porto Alegre, a tendência também é verificada. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada semana passada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostrou que a desocupação ficou em 11,1% em maio, enquanto em abril estava em 11,3%.
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O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho reforça a visão de que o pior já passou. Mesmo pequeno, o saldo entre contratações e demissões no Estado e no país está positivo no acumulado do ano.
No Rio Grande do Sul, foram criadas 10,3 mil postos de trabalho formais de janeiro a maio. No ano passado, no mesmo período, as dispensas superaram as contratações em 4 mil. Em todo o Brasil, o saldo é de 48,5 mil postos. Em 2016, em igual intervalo, foram extintas 448 mil vagas.
– Ainda não temos uma recuperação consistente. O mercado de trabalho parou de piorar e está em lento processo de reação. Não são todos os setores que estão contratando – afirma Giácomo Balbinotto Neto, professor de economia do trabalho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Para Gustavo Inácio Moraes, professor de economia da Escola de Negócios da PUCRS, o mercado de trabalho somente vai reagir de forma consistente após a economia crescer a uma taxa anualizada entre 2% a 3% por dois ou três trimestres.
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– Isso criaria as condições para que as empresas possam ter mais certeza em relação à economia e iniciarem o ciclo (de contratação) – entende Moraes.
O coordenador do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Garcia, observa que, enquanto nas fábricas o mercado de trabalho parece estar se reequilibrando, na construção civil "continua despencando".
O IBGE também notou melhora nos ganhos dos trabalhadores. No trimestre encerrado em maio, a renda média ficou em R$ 2.062, alta 2,3% na comparação com igual período do ano passado. Na Região Metropolitana, ficou em R$ 1.863 em maio, levando em consideração todos os profissionais ocupados, alta de 0,4%.
*Colaborou Leonardo Vieceli