Após oito trimestres consecutivos em retração, a economia brasileira voltou a crescer. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou, na manhã desta quinta-feira, que o PIB do país avançou 1% entre janeiro e março. A comparação, que exclui efeitos sazonais, é com o período de outubro a dezembro do ano passado.
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre totalizou R$ 1,6 trilhão. Dentro desse total, a agropecuária registrou R$ 93,4 bilhões, a indústria R$ 291,1 bilhões e os serviços R$ 996,4 bilhões.
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Como o esperado, o avanço mais forte veio do campo, impulsionado pela supersafra colhida no início do ano. A agropecuária cresceu 13,4%. Setor mais debilitado pela crise e que vinha sofrendo antes mesmo de a economia entrar oficialmente em recessão, a indústria teve expansão de 0,9%. As fábricas também acumulavam dois anos seguidos de resultados negativos. Os serviços, segmento de maior peso na economia, ficaram estáveis, também após oito trimestres consecutivos de queda.
No entanto, pelo oitavo trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2017, o consumo das famílias caiu 1,9%.
Segundo o IBGE, o resultado pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito e mercado de trabalho ao longo do período.
A formação bruta de capital fixo – indicador que serve para mostrar o quanto as empresas investiram para produzir – sofreu contração de 3,7% no primeiro trimestre de 2017, a décima segunda consecutiva.
No setor externo, as exportações de bens e serviços apresentaram crescimento de 1,9%, enquanto as importações se expandiram em 9,8% no primeiro trimestre de 2017.
A taxa de investimento do país no primeiro trimestre de 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (16,8%), enquanto a taxa de poupança foi de 15,7%, ante 13,9% no mesmo período de 2016.