Todos os indicadores que compõem o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), à exceção da massa salarial real, cresceram em fevereiro, na comparação com janeiro, divulgou nesta terça-feira a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Com isso, a atividade no setor voltou a subir no Estado, registrando alta de 3% nos dados com ajuste sazonal, ante o mês anterior. Desde outubro do ano passado, os indicadores mostram volatilidade, sem uma tendência de crescimento definida.
– Após um longo período de recessão, a atividade da indústria gaúcha começa a se estabilizar , influenciada, nessa fase de transição, por notícias positivas no campo econômico, como a redução dos juros e da inflação – afirma o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
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O faturamento real e as compras industriais, ambos com 3,9% de elevação, foram os indicadores que exerceram os maiores impactos positivos no mês. As horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada (UCI) subiram 0,9% e 0,2 ponto percentual (para 79%), respectivamente, na comparação com janeiro. O emprego, por sua vez, também voltou a crescer: 0,4%. Apenas a massa salarial real caiu (0,7%).
– Há uma expectativa de recuperação lenta e gradual do setor nos próximos meses. Isso só não ocorre mais rapidamente em função da demanda interna continuar em declínio e o cenário externo ainda impor dificuldades. Para a consolidação desse processo é fundamental a aprovação das reformas estruturais e do ajuste fiscal, com menos gastos e não mais impostos – defendeu Müller.
Na base de comparação anual, porém, a atividade industrial gaúcha ainda apresenta taxas negativas. O IDI-RS fechou em fevereiro a 36ª queda seguida: -2,8%. Nos dois primeiros meses de 2017, o índice acumulou perda de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O mau desempenho no primeiro bimestre do ano foi puxado por quase todos os indicadores. A exceção foi a UCI, que ficou estável com um grau médio de 77,1%. O faturamento real e as compras industriais recuaram 4,1% e 3,8%, respectivamente, enquanto as horas trabalhadas na produção registraram baixa de 3,5%. A massa salarial real recuou 3,3% devido, principalmente, ao menor nível de emprego (-2,3%).
O resultado dos 17 setores pesquisados no IDI-RS também é de retração no primeiro bimestre de 2017. Onze iniciaram o ano em queda, com as indústrias de veículos automotores (-7,9%), alimentos (-3,9%) e tabaco (-18,8%) exercendo as maiores influências negativas. Os destaques positivos foram para produtos de metal (3,1%) e couros e calçados (2,4%).