Parceiros comerciais de Pequim mostram-se alarmados com os planos da China de exigir inspeções intensivas de importações de alimentos, mesmo de itens de baixo risco como vinho e chocolate. Os Estados Unidos e a União Europeia afirmam que isso poderia gerar um custo de bilhões de dólares no comércio para o país.
A regra poderia inflamar as tensões com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que prometeu elevar tarifas sobre importações da China e da União Europeia.
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Pela regra chinesa, que deve entrar em vigor no início de outubro, cada remessa de alimento deve exigir um certificado de um inspetor estrangeiro que confirma que ela atende aos padrões chineses. Outros países exigem essas inspeções apenas para carne, laticínios e outros itens perecíveis.
A novidade alarma fornecedores que veem a China como um mercado crescente, como os de frutas dos EUA, vinho francês, chocolate alemão, massa italiana e suco de laranja australiano. Eles reclamam que a China já usa essas regras para atravancar o acesso de carne e outros itens ao país, violando seu compromisso com o livre mercado.
– Isso poderia reduzir muito dramaticamente as importações de alimentos – afirmou o embaixador alemão em Berlim, Michael Clauss. – Isso em geral parece mais uma proteção para os produtores chineses que algo sobre a segurança alimentar.
Os reguladores chineses argumentam que um escrutínio maior é necessário, já que aumentam as importações de alimentos do país. Segundo eles, o país pode considerar sugestões sobre alternativas. A China argumenta que as inspeções são apoiadas pelo Códex Alimentarius da Organização das Nações Unidas, uma espécie de código para alimentos, segundo fontes ligadas ao tema. O Codex estabelece padrões de qualidade, mas outras nações dizem que ele recomenda certificados apenas para produtos de risco.