Com as medidas anunciadas na noite desta quarta-feira, o governo fez "o necessário" para entregar a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões em 2017, comentou Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do banco Goldman Sachs.
– O ideal não é elevar a carga tributária, mas reduzir o gasto – comentou.
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– Neste contexto, seria muito importante que o Poder Executivo adotasse ações para diminuir a rigidez estrutural das despesas federais – disse Ramos.
Além da reforma da Previdência, ele citou que seria relevante combater a indexação.
– Eu acredito que o governo vai cumprir a meta fiscal deste ano, pois mostra comprometimento e age para que o déficit primário não ultrapasse os R$ 139 bilhões – destacou Ramos.
– Se em 2 meses o Poder Executivo perceber que a meta corre risco de não ser atingida, ou porque o crescimento do país será menor ou porque a inflação apresenta maior desaceleração, poderá adotar mais medidas.
Na avaliação de Alberto Ramos, a conjuntura econômica do país deverá gerar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,6% neste ano. Diante da inflação bem comportada, que ele prevê em 4,2% em 2017, o Banco Central irá cortar os juros em um ponto porcentual na reunião de abril, segundo Ramos, movimento de redução da Selic que deverá levá-la para 8,75% ao final do ano.
*Estadão Conteúdo