A queda na taxa de inflação, a redução nos juros, a disposição do governo federal em melhorar o quadro fiscal e levar adiante as reformas estruturais são apontadas como razões para o aumento no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei-RS), divulgado nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O Icei-RS cresceu pelo segundo mês seguido e chegou a 55,1 pontos em fevereiro, o maior valor para o período em quatro anos. Isso demonstra que os empresários gaúchos consultados no levantamento estão confiantes.
– Essa recuperação é um reflexo da menor intensidade das taxas negativas que vêm sendo apresentadas pelo setor – avalia o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, mantendo boa expectativa para o futuro. – Esse novo quadro indica uma perspectiva de retomada nos próximos meses, ainda que lenta, gradual e instável em razão da fraca demanda interna.
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Todos os indicadores pesquisados mostraram evolução. O Índice de Condições Atuais passou de 45 pontos em janeiro para 48,8 em fevereiro, mas ainda sinaliza cenário de piora, por se encontrar abaixo da linha dos 50 pontos. Porém, é a maior pontuação desde abril de 2013 (49,1 pontos). Em relação à economia brasileira, alcançou 47,3 pontos, alta de 6,1 em relação a janeiro. As condições das empresas – 49,7 pontos – ficaram praticamente sobre a linha divisória dos 50, mas mostram que se ainda não melhoraram, ao menos pararam de piorar.
Para os próximos seis meses, o Índice de Expectativas pesquisado revela boas perspectivas. Em fevereiro, cresceu 3,2 pontos na comparação com janeiro, atingindo 58,2 pontos. Em relação ao futuro da economia brasileira, também houve melhora no ânimo dos empresários: o índice subiu de 48,8 para 52,5 pontos no período. A expectativa com a própria empresa igualmente indica um maior otimismo, ao alcançar 61,2 pontos em fevereiro, 3,1 acima do mês anterior. Um sentimento tão positivo não era verificado desde março de 2013 (63,6 pontos), aponta a pesquisa.
O Icei-RS é elaborado mensalmente pela Fiergs. São consultadas empresas de todo o Estado. O índicador é baseado em quatro questões: duas referentes às condições atuais e duas referentes às expectativas para os próximos seis meses com relação à economia brasileira e à própria empresa. O levantamento varia em uma escala de zero a cem pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 denotam maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo.