A proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos, aprovada na terça-feira, no Senado, deve ser a última reforma fiscal conquistada pelo governo Temer, que poderá ser forçado a tentar corrigir as contas públicas via aumento de impostos, avaliou nesta quarta-feira o consultor econômico Raul Velloso. Para o especialista em finanças públicas, o Planalto chega enfraquecido à negociação da reforma da Previdência e a perda de capital político aumenta as chances de fracasso do projeto.
– Não consigo ver um Congresso que está se desmanchando aprovar algo tão impopular. O governo está muito fraco e o Congresso será muito pressionado. A fase áurea de tratamento de questão fiscal acabou – comentou Velloso durante seminário na capital paulista.
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– Não consigo ver que Congresso e Executivo estejam em condições de ter atuação conjunta necessária para aprovar esse tema – acrescentou.
Segundo Velloso, o governo precisará, então, olhar para o aumento da carga tributária, um caminho que, para ele, é o ideal, mas que esbarra na resistência da sociedade. Por isso, se for o caso, a equipe econômica terá que propor tributos que incomodem o menos possível, assinalou.