Instituições financeiras e economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano pela oitava vez consecutiva. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, a economia brasileira deverá avançar 0,7% em 2017.
Há uma semana, o mercado esperava que o PIB crescesse 0,8% no próximo ano. Quatro semanas atrás, o otimismo era ainda maior, quando havia a expectativa de uma elevação da atividade econômica em 1,13%.
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O relatório Focus também piorou a projeção para a economia do país neste ano. Na última divulgação, o mercado previa uma variação negativa do PIB de 3,43%, atualizada, neta semana, para uma recessão de 3,48%. Há um mês, as instituições financeiras e os economistas estimavam que a queda da atividade econômica seria de 3,37% ao final de 2016.
Recuo da inflação indica novos cortes na Selic
Influenciados pela ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e pelos índices de preços mais recentes, os economistas do mercado financeiro mudaram as projeções para a inflação neste e no próximo ano. O relatório Focus mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação –, em 2016, foi modificado de 6,69% para 6,52%.
Há um mês, a mediana estava em 6,84%. Já o índice para 2017 caiu de 4,93% para 4,9%. Há quatro semanas, a expectativa do mercado apontava para 4,93%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2016 e 2017 é de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos porcentuais para este ano e de 1,5 ponto porcentual para o próximo.
Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro ficou em 0,18% – abaixo das expectativas do mercado e da taxa de 0,26% de outubro. O resultado reforçou a percepção de que o Copom, em sua reunião de janeiro, vai acelerar os cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 13,75% ao ano.
O próprio BC, na terça-feira passada, havia passado indicações neste sentido ao publicar a ata do encontro do fim de novembro do comitê. Na quarta-feira, foi a vez de o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmar que um corte maior dos juros pode ser "o primeiro passo no ano que vem".
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a taxa básica de juros, para o fim de 2017, em 10,50% ao ano. Há um mês, a expectativa estava em 10,75% ao ano.
Cotação do dólar deve subir em 2016
A cotação da moeda norte-americana estará em R$ 3,39 no encerramento de 2016, ante R$ 3,35 de uma semana antes, de acordo com a expectativa do mercado. Há um mês, a projeção estava em R$ 3,22.
Para o fim de 2017, a previsão para o câmbio seguiu em R$ 3,45 de uma divulgação para a outra, ante R$ 3,40 de um mês antes.