As vendas do varejo no Rio Grande do Sul caíram 1% em setembro, levando em consideração os números em volume com ajuste sazonal. É exatamente o mesmo percentual de queda registrado na média nacional para o mês. No entanto, a queda é menos intensa que a registrada no Estado, em agosto, quando o setor teve recuo de 1,3%. As informações são do blog Acerto de Contas.
Conforme os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, as vendas do varejo gaúcho caíram 5,4%, em volume, no acumulado do ano. O maior recuo ocorreu no segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que vendeu 23,2% menos. Já o comércio de móveis aumentou a comercialização em 10,1%.
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No país, as vendas do comércio varejista caíram 1% em setembro em relação a agosto, na série com ajuste sazonal. Na comparação com setembro de 2015, sem ajuste, o setor teve baixa de 5,9%. Além disso, as vendas do varejo restrito acumulam retração de 6,5% no ano e recuo de 6,6% em 12 meses.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 0,10% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal.
Na comparação com setembro de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 8,6% em setembro de 2016. Nesse confronto, as projeções variavam de redução de 5,60% a 11,40%, com mediana negativa de 9,20%.
Até setembro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 9,2% no ano e recuo de 10% e 12 meses.
Três meses de queda
Com o resultado de setembro, as vendas no varejo completaram três meses consecutivos de quedas, acumulando uma perda de 2,4% no período.
– O varejo se enfraqueceu nos últimos três meses – declarou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
As vendas no varejo caíram 1,7% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2016. Já o varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, teve retração de 2,7% no mesmo período.
–O varejo acentua o ritmo de queda. Essa perda é generalizada entre as atividades, mas foi impulsionada por supermercados, seguida por móveis e eletrodomésticos – observou Isabella.
As vendas dos supermercados recuaram 1,4% em setembro ante agosto, enquanto o volume vendido por móveis e eletrodomésticos caiu 2,1%.
Segundo Isabella, o movimento é reflexo da deterioração no mercado de trabalho, especialmente do recuo na massa de salários pagos aos trabalhadores ocupados.
– Isso traz impacto direto sobre o consumo das famílias – afirmou a pesquisadora.
Outro empecilho às compras é a inflação, especialmente os aumentos acumulados nos preços dos alimentos consumidos no domicílio, lembrou a gerente do IBGE.
– Na verdade, o supermercado é o termômetro do mercado varejista. Principalmente porque, em momento de crise, ele é o ultimo a ser afetado, devido à natureza dos bens que comercializa. Mas, quando recua, tem o maior impacto sobre o total do varejo – acrescentou Isabella.