O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e advogados da empresa Guerra SA se reuniram na manhã desta segunda-feira para buscar acordo sobre as rescisões de 180 trabalhadores demitidos no final da semana passada pela empresa que está em recuperação judicial desde julho de 2015. A proposta inicial da fabricante de implementos rodoviários é de parcelamento em até 12 vezes. A informação é a Gaúcha Serra.
Enquanto isso, funcionários se mobilizaram em frente à unidade da empresa na BR-116, no bairro São Ciro. A previsão do sindicato é paralisar as atividades dos trabalhadores ao longo de todo o dia. Uma assembleia com os demitidos está marcada para as 16h.
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A principal preocupação do vice-presidente dos metalúrgicos, Claudecir Monsani, é ter também a garantia da juíza responsável pelo processo de administração judicial da Guerra de que o acordo entre metalúrgicos e empresa seja respeitado.
– Para que não aconteça de qualquer credor que entrar com ação contrária, bloqueie o pagamento – diz Monsani.
O advogado do sindicato, Valdecir de Lima, tenta marcar audiência com a titular da 4 Vara Cível para discutir a questão. O administrador da recuperação judicial da Guerra, Cristiano Franke, diz que a lei não coloca nenhum impedimento para as demissões.
– Se, por acaso, ela não pagar essas rescisões, o trabalhador pode buscar a Justiça do Trabalho. Se a empresa vier a falir, esse empregado tem total preferência no recebimento, porque o crédito dos trabalhadores não se submete ao concurso de credores – explica.
Quando a Guerra entrou com o pedido de recuperação tinha R$ 211 milhões em dívidas. Franke terminou recentemente o levantamento de credores e são 217, a maior parte fornecedores de matéria prima. Em outubro, a Guerra chegou a atrasar salários. Houve um pedido de aprovação para vender a unidade menor da Guerra em Caxias, que não foi aprovado pela Justiça por falta de avaliação do imóvel, que depois foi solicitada.
No final de outubro, foi autorizado um empréstimo de cerca de R$ 35 milhões de um fundo estrangeiro. Desse total, R$ 19 milhões estão sendo pagos em quatro parcelas. O restante virá se for aprovado em assembleia de credores ainda sem data marcada porque depende da publicação do edital com a revisão do plano de recuperação da companhia. Pelos prazos processuais, o administrador judicial acredita que deve ficar para janeiro ou fevereiro.