Nos próximos quatro anos, o Rio Grande do Sul vai precisar preparar aproximadamente 941 mil trabalhadores para preencher as vagas na indústria. De acordo com o levantamento realizado pelo Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para subsidiar o planejamento da oferta de formação profissional da instituição, serão necessários 940.852 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis técnico, superior e de qualificação entre 2017 e 2020.
Esses profissionais trabalham na indústria ou em atividades de serviços ou comércio que atendem direta ou indiretamente ao setor industrial. Em todo o Brasil, a demanda é de 13 milhões de trabalhadores em ocupações industriais no período.
Leia mais:
Emprego na indústria cai 0,9% em setembro ante agosto, revela CNI
Produção industrial cresce 0,5% em setembro, aponta IBGE
Retomada da atividade econômica deve ficar somente para 2017
Construção, com 228.827 vagas, será a área que mais vai exigir formação no Estado entre 2017 e 2020. Haverá ainda uma alta necessidade em meio ambiente e produção (164.933), metalmecânica (144.558), vestuário e calçados (114.072), alimentos (105.821), energia (38.926), tecnologias da informação e comunicação (34.054), veículos (30.430), petroquímica e química (26.592), madeira e móveis (26.110), papel e gráfica (12.643), pesquisa, desenvolvimento e design (8.095) e mineração (5.792).
A demanda por formação inclui a requalificação de profissionais que já estão empregados e aqueles que precisam de capacitação para ingressar em novas oportunidades no mercado.
– O estudo demonstra a vitalidade do mercado de trabalho no Brasil no horizonte dos próximos quatro anos. Profissionais qualificados terão mais chance de aproveitar as oportunidades que surgirem quando a economia voltar a crescer e as empresas retomarem as contratações – afirma o diretor-geral do Senai e diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi.
Para o diretor-regional do Senai-RS, Carlos Trein, inegavelmente a indústria necessita de um maior número de profissionais capacitados e atualizados para as exigências atuais do mercado:
– Há um grande número de jovens que não optam por cursos de formação profissional como a possibilidade de uma realização pessoal.
Em 2015, apenas 11% dos estudantes brasileiros cursavam o Ensino Médio simultaneamente com algum curso técnico.
A preparação de profissionais pelo Senai-RS para atender à indústria gaúcha se dá especialmente por meio da formação técnica e qualificação profissional. Para se tornar um técnico, o interessado precisa de um curso com carga horária entre 800 horas e 1.200 horas (um ano e seis meses). Esses cursos são voltados a alunos matriculados ou egressos do Ensino Médio.
De acordo com os responsáveis pela elaboração do Mapa, a área de meio ambiente e produção lidera a demanda por profissionais com formação técnica, entre outros fatores, porque as empresas passaram a ter maior controle sobre os impactos ambientais dos processos produtivos. Além disso, ganhos de produtividade podem ser obtidos com a melhoria na gestão do processo, medida importante em cenário de lenta recuperação econômica.
Nessas áreas, deve haver maior demanda por profissionais qualificados em ocupações industriais como supervisores da construção civil, técnicos de controle da produção e técnicos em eletrônica, entre outras.
Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação e buscam desenvolver novas competências e capacidades. As áreas com maior demanda por profissionais com qualificação de mais de 200 horas, serão alimentos, metalmecânica, vestuário e calçados, construção e petroquímica e química.
Segundo o Senai, a exportação de commodities agrícolas (carnes, açúcar, derivados da soja) deve gerar empregos no setor de alimentos entre 2017 e 2020. O metalmecânico, por sua vez, tende a crescer a depender da demanda por bens de consumo duráveis. Segundo o Mapa, entre as 10 ocupações mais em alta nos próximos anos, estão cozinheiros e operadores de máquinas para costura de peças de vestuário.